A Polícia Civil de União da Vitória sob o comando do Delegado André Vilela cumpriu na manhã desta segunda-feira, 10, três mandados de prisão em General Carneiro e alguns mandados de busca e apreensão em residências e em uma casa de prostituição da cidade.
A investigação teve inicio a três meses, depois da prisão de um dos envolvidos por posse irregular de arma de fogo. “As investigações tiveram inicio depois dessa prisão, e começamos a associar o envolvido em outros crimes”, explica o delegado.
A operação batizada de “Pó na Estrada”, nome alusivo a cocaína consumida pelos caminhoneiros, prendeu os suspeitos Vilson Sergio Machado, Diego Luiz Pinto e Ana Trindade Brito. Diego é apontado com a polícia como o chefe do grupo. As investigações perduravam durante o dia e noite.
A organização criminosa vendia cocaína para motoristas de caminhão, em uma casa de prostituição as margens da BR 153.
Segundo Vilela, o movimento era intenso à noite e nos finais de semana. “Durante 60 dias monitoramos o local, e sempre visualizamos dezenas de caminhoneiros no local que compravam a droga”.
Ainda durante as investigações, uma residência no centro da cidade também foi abordada. Segundo a Polícia, a casa era utilizada para o armazenamento do entorpecente que a casa de prostituição revendia.
Cada grama da droga era comercializada por R$ 50. O que caracteriza, segundo o delegado, clientes com mais poder aquisitivo.
Celulares e dinheiro foram apreendidos.
O perigo das drogas nas estradas
Já se foi o tempo em que os motoristas utilizavam o rebite para resistir às longas jornadas nas estradas. O remédio é feito de anfetaminas e derivados, e foi lançado no mercado farmacêutico em 1932 como descongestionante nasal. O rebite também foi utilizado na Segundo Guerra Mundial e na Guerra da Coréia como estimulante.
“Hoje em dia o rebite convencional é pouco utilizado, agora, os caminhoneiros estão utilizando cocaína como estimulante”.
Uma pesquisa divulgada em 2012 pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) apontou que a cocaína é agora o novo estimulante utilizado pelos profissionais das estradas. Segundo a pesquisa, a droga atua no sistema nervoso central, alterando a percepção dos motoristas, reduzindo a atenção e os reflexos.
Segundo especialistas no assunto, o motorista que utiliza cocaína tem reações que não teria caso estivesse sóbrio, tornam-se pessoas totalmente impulsivas e inconsequentes.
Os envolvidos foram atuados por tráfico de drogas, associação ao tráfico, favorecimento a prostituição e rufianismo (tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar por isso).
“Eles viviam em face a exploração sexual de mulheres”, finaliza o delegado.