Procura-se um terreno

Presídio regional pode não sair por falta de uma área para a sua implantação

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Atualizado há 5 anos

Carbonell espera definição de terreno para decidir sobre qual projeto é mais adequado (Foto: Divulgação/JOC).
Carbonell espera definição de terreno para decidir sobre qual projeto é mais adequado
(Foto: Divulgação/JOC).

Mesmo depois da garantia de investimentos de R$ 35 milhões a região sul do Paraná (Amsulpar), a implantação do presídio regional está ameaçada. Segue indefinido um local para a construção, e os municípios onde tem áreas apropriadas, não existe vontade por parte da população para a construção.

A iniciativa para a construção de um presídio regional foi impulsionada no dia 20 de março. O deputado estadual Hussein Bakri (PSD), líder do governo na Assembleia Legislativa, confirmou o anúncio feito horas antes pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior, para a destinação de R$ 35 milhões para a construção de um presídio, para abrigar aproximadamente 500 detentos.

Desde o início do ano, Hussein Bakri iniciou uma articulação com o Secretário Estadual de Segurança Pública, General Luiz Felipe Carbonell. A costura permitiu que os recursos voltassem a ser garantidos para a construção da nova penitenciária na Região de União da Vitória.

Por ser carimbada pelo Governo Federal, essa verba não pode ser utilizada em nenhuma outra finalidade que não seja a obra do presídio.

Conforme Bakri, o próximo passo seria definir, em curto prazo, o terreno para erguer a obra da nova penitenciária. Contudo, o prazo ficou elástico e a indefinição continua.

Na ocasião apareceram algumas áreas afastadas dos centros urbanos da Região que poderiam abrigar o presídio. Cada prefeito saiu com a missão de encontrar um terreno de no mínimo meio alqueire, viável para a instalação do presídio regional.

Um mês e três dias depois, nenhum terreno foi oficialmente anunciado.

Fuga e recaptura

A Polícia Civil de União da Vitória por volta de 8 horas da manhã de sábado, 20, a fuga de seis detentos do cadeião da 4ª SDP. Os detentos fugiram por um túnel escavado desde uma das alas da cadeia improvisada, até um terreno que fica entre os fundos da delegacia e o Terminal rodoviário intermunicipal Aníbal Khury.

(Foto: Divulgação/JOC).
(Foto: Divulgação/JOC).

Dos seis foragidos, quatro foram recapturados no mesmo dia e até o fechamento da reportagem, dois permaneciam foragidos. A ação conta com a participação de policiais militares de União da Vitória e Porto União.

Os detentos da ala onde foi cavado o túnel, foram transferidos para o solário durante uma operação para fechar o buraco. O prédio que abriga os detentos já foi alvo de várias tentativas de fuga e está deteriorado.

Os presos aproveitaram a calmaria do feriado de Páscoa para pôr em prática o plano de fuga. O local, que comporta no máximo 32 presos, conta atualmente com 125, entre homens e mulheres.

Por que não se consegue um terreno?

Em União da Vitória além do prefeito Santin Roveda ser declaradamente contra a construção do presídio, o único teoricamente disponível é o do antigo terminal de calcário.

No entanto a área está envolvida em um imbróglio envolvendo a Amsulpar e a Codapar, uma companhia e economia mista do Paraná. A Associação de municípios do Sul é a dona do terreno e a Codapar dona do imóvel que está sobre a área.

O barracão está cedido para a Coopertrage, pelo menos por enquanto. A Amsulpar queria vender o terreno, mas a Codapar oferecia um valor considerado baixo. Por outro lado, a companhia queria um alto valor pelo barracão.

A situação ficou indefinida por anos até os dois lados fecharem um acordo. Vendem tudo e dividem o dinheiro. A Amsulpar até já sabe o que fazer com a sua parte. Construir a sede própria da Associação de prefeitos e uma sede para o Consorcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Iguaçu (Cisvali).

A segunda opção veio de dois terrenos localizados em Porto Vitória, na região do Posto Cacique. A frustração veio na inspeção dos terrenos, considerados íngremes demais e impróprios para a construção do presídio.

Antes disso o prefeito de Paula Freitas, Valdemar Capeleti também manifestou interesse em abrir o presídio, mas falta uma área própria. A que foi oferecida é de propriedade da aeronáutica e depende de decisão federal. Capeleti também enfrentou pressão popular e da Câmara de vereadores contra a construção do presídio.

Paulo Frontin também se opõe

Nos últimos dias a notícia de que o presídio poderá ser construído em um terreno do IAP, que fica na localidade de Santana, interior do município de Paulo Frontin, acabou gerando questionamentos por parte da comunidade, que se mobilizou e elaborou um “abaixo assinado” com mais de 500 assinaturas se posicionando contra a construção. O assunto também foi parar na Câmara de Vereadores e ganhou apoio de seis vereadores da cidade.

Uma audiência pública foi realizada no Pavilhão da Igreja São Joaquim e Santana, encabeçada pelo presidente da Câmara de Vereadores, Jandir Machado de Azevedo.

Luz no fim do túnel

Segundo a assessoria do deputado Estadual Hussein Bakri (PSD-PR), a equipe de projetos da Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná (SESP), fez uma visita técnica em União da Vitória para avaliar alguns terrenos de propriedade da prefeitura e alguns do empresário Horst Waldraff.

Um terreno próximo ao Posto Cacique na BR 153, de propriedade do empresário foi considerado pela comissão o mais adequado para a construção do presídio.

A equipe de projetos da SESP vai realizar um levantamento topográfico para definir como deve ser feito o projeto de construção do presídio regional.