Vazamento coloca dados de 223,74 milhões de brasileiros à venda na internet

Vazamento inclui dados de pessoas já falecidas

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Atualizado há 3 anos

O CPF, data de nascimento e gênero de 223,74 milhões de brasileiros, incluindo pessoas já falecidas, foram disponibilizadas de forma gratuita em um fórum na internet. Essa é uma espécie de amostra grátis oferecida para atrair possíveis compradores. Quem estiver disposto a pagar pode conseguir uma lista muito mais completa de dados desses mesmos 223,74 milhões de pessoas. Na deep web estão sendo comercializadas as informações já citadas, além de estado civil, nome completo dos pais, email, telefone, endereço (incluindo a latitude e longitude da residência), escolaridade, salário, poder aquisitivo, fotos do rosto, entre outras. Também foram expostas informações sobre 104 milhões de veículos. O maior risco desse vazamento é que os dados sejam usados em fraudes e golpes.

Segundo o jornal O Estado de São Paulo, autoridades como Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre, onze ministros do STF e até mesmo o presidente Jair Bolsonaro também tiveram seus dados expostos. Na quarta-feira, 03, a Polícia Federal abriu inquérito para investigar o vazamento, a pedido da ANDP (Autoridade Nacional de Proteção de Dados), entidade encarregada de aplicar punições para crimes que se enquadrem na LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). Estima-se que apenas nascidos em 2020 não tenham sido afetados pelo vazamento.

Quem deve ser punido?

Ainda não se sabe a origem do vazamento e nem a identidade de quem está comercializando os dados. Porém, de acordo com a LGPD, caso seja descoberto o culpado, as sanções podem ir desde uma advertência até uma multa de 2% sobre o faturamento anual de até no máximo R$ 50 milhões.

Quer confirmar se você foi afetado pelo vazamento?

Se quiser matar a curiosidade e ter certeza de que foi uma das vítimas, é possível acessar o site Fui Vazado e informar seu CPF e data de nascimento, dessa forma o sistema pode confirmar ou descartar sua suspeita. Segundo o site UOL, o desenvolvedor do site é Allan Fernando Armerlin da Silva Moraes, de 19 anos.

Moraes construiu seu banco de dados para a consulta baixando as informações que estavam disponíveis gratuitamente. Então, ao informar seu CPF na plataforma do programador, o site realiza um cruzamento de dados para saber se suas informações estavam na lista gratuita e, por consequência, na que está disponível na deep web.

Especialistas acreditam que a plataforma criada por Moraes não é maléfica e alertam que o site poderá apenas confirmar uma suspeita, mas gerando o risco de expor ainda mais o solicitante.

Repercussão na internet

 Após a revelação do vazamento, internautas têm ido às redes informar possíveis tentativas de golpe. Um usuário disse ter percebido a tentativa de uma compra em uma loja em seu nome:

Uma segunda pessoa afirmou que, após o vazamento, percebeu que muitos conhecidos passaram a receber ligações e SMS com mais frequência

https://twitter.com/sabredajdi/status/1356980840463552513

Com tantos dados a solta, a única saída é redobrar os cuidados. Não pagar boletos que não tenha certeza de serem originais, conferir regularmente extratos bancários e do cartão de crédito, checar o saldo do FGTS e não aceitar cobranças que pareçam suspeitas.