Inclusão de peixes na alimentação é só o começo

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Atualizado há 9 anos

Por Mariana Honesko

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Revitalização do Centro de Piscicultura foi uma das primeiras etapas do projeto. (Fotos: Mariana Honesko).

Cerca de 20 produtores de peixe de União da Vitória e da vizinha Paula Freitas participaram da capacitação promovida pela Emater em parceria com a prefeitura e várias outras entidades do gênero. O treinamento que apresentou noções básicas para a produção do peixe ocorreu ontem, durante todo o dia, na Estação de Piscicultura (no trevo de Porto Vitória). Quem participou, saiu satisfeito. “Estou começando a criar peixe agora. Tinha água suficiente na minha propriedade e resolvi partir para isso. Talvez seja apenas para o consumo ou até para comercializar. O projeto apresentado é excelente e eu estou animado”, avalia Acir Arno Fersch, produtor na Vila Zulmira.

Mas, a teoria ensinada no auditório do espaço é apenas a ponta do projeto. Conforme o técnico, José Carlos Schipitoski, os produtores envolvidos no treinamento são também assistidos pelo programa de Hora/Máquina, da prefeitura de União da Vitória. Na prática, o grupo endossa a proposta de revitalização de conceitos.

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Iniciante: Acir Fersch saiu entusiasmado com a capacitação

Ela começou há cerca de um ano, com o “renascimento” do centro de piscicultura, bem como dos viveiros, particulares, dos produtores. “O setor ficou desassistido por algum tempo. Revitalizamos o centro (de piscicultura) e foi comprada uma escavadeira hidráulica para revitalizar os viveiros já existentes”, conta Schipitoski. Nesta etapa, as comunidades de Vila Zulmira, Correntes, Santo Antônio do Guaíra e Guaíra já foram assistidas. Aos produtores capacitados, o projeto vai ceder, além da assistência técnica em campo, alevinos maiores – são “filhotes” de peixes, com classificação “2” e “3” – para que a produção comece. “Não importa de pequena ou grande. A ideia é que se produza bem”, sinaliza o técnico.

Em médio prazo, a proposta termina com a inclusão do peixe na merenda escolar. A ideia é noticiar o consumo a partir do incentivo dos próprios alunos em seu ambiente familiar. De maneira ainda tímida, por conta da quantidade produtiva, a inclusão já ocorre. O modelo tem apoio da Secretaria da Educação. “Mas isso já vem ocorrendo de maneira paralela com o projeto. Esperamos que a motivação a partir da inclusão na merenda escolar de algumas escolas aconteça”, sorri Schipitoski. “Este é o maior desafio nosso: que todas as crianças tenham consciência da importância deste consumo”, completa.

Em busca do status perdido

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Para Schipitoski, setor vive um novo e bom momento mas pode ficar ainda melhor

Embora difícil, a equipe que projeta e faz a revitalização do setor quer recuperar o que já foi seu. Trata-se do reconhecimento dentro do Estado que União da Vitória tinha, como referência na produção de peixe. A expectativa é de que os primeiros resultados sejam colhidos já no início de 2015.

Com treze anos de luta em prol da recuperação, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais está otimista. Ele acredita que agora, a partir dos novos projetos, o setor deslanche. “A gente vem sonhando com isso há muitos anos e agora o sonho está começando a se realizar. Meu sonho é ver União da Vitória conhecida como terra do peixe”, sorri.