E agora, República?

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Atualizado há 7 anos

O Brasil está convivendo com o derretimento das suas instituições públicas com a confirmação de dezenas de políticos e grandes empresários no maior esquema de corrupção da história do país. A Operação Lava Jato desnudou as entranhas da compra de políticos em benefício da maior empreiteira do País, a Odebrecht. Ministros de Estado, Senadores da República, Deputados Federais, prefeitos e ex-presidentes estão na mira da justiça.

Enquanto observa, perplexa, a sociedade aguarda os desdobramentos do que pode ser o início de um divisor de águas na relação entre o poder e grandes grupos econômicos. O País tem a oportunidade de encerrar um longo ciclo de promiscuidade, para um novo tempo de transparência. Mas para isso, é preciso acabar com uma cultura, que fez com que a banalidade se instalasse no centro do poder.

Depois de centenas de CPIs, com um belo rótulo de pizza, poucos foram os condenados. A sangria do caixa dois dominou o circo eleitoral desde a retomada da democracia. A dança das cadeiras girou sempre em volta dos mesmos, atrelados e comprometidos com os propinodutos que molhou a mão dos grandes partidos. Nenhum dos últimos presidentes ficou de fora.

A questão é discutir uma reforma eleitoral transparente e eficiente com um Congresso Nacional que sangrando pela devassidão do dinheiro fácil em troca de benefícios para empresários corruptos. Em um ponto todos concordam: é preciso mudar para acabar com uma geração de corruptos ativos e passivos. O problema é acreditar que essas mesmas personagens são os que tem a missão de fazer acontecer a reforma política tão necessária.

É exatamente por isso que o povo brasileiro espera tanto do Supremo Tribunal Federal e instâncias inferiores. A sede de justiça é grande, mas a descrença é de igual tamanho. Mudar é preciso, acreditar no Brasil nesse momento é maior ainda. Estamos de olho!