EMPÓRIO DO EMPRESÁRIO: O direito ao trabalho e a evolução de uma sociedade

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Atualizado há 8 anos

Sempre mantive a minha posição sobre o papel do Estado (leia-se do governo) numa sociedade de direito, pois não acredito que um Estado possa interferir na educação que um pai acredite ser correta, intervindo com a Lei da Palmada. Não acredito que um Estado possa interferir na individualidade do cidadão e em seu poder de decidir sobre sua segurança, multando-o por não usar cinto de segurança, quando dirigindo… de minha segurança eu cuido, não o Estado! Me lembro ainda do caso do álcool, que sob o argumento governamental de que pela segurança do cidadão o álcool 92ᵒ seria retirado dos estabelecimentos comerciais e que passaria a vigorar, então, o 46ᵒ. Para minha surpresa, dois meses depois volta às prateleiras o álcool 92ᵒ, com um acréscimo de 50% em seu valor original…

O Estado quando interfere demais na vida do cidadão acaba fortalecendo-se e enfraquecendo a população, e tudo fica menor quando o estado fica maior: nossas liberdades ficam menores, nossa individualidade fica menor e, obviamente, os princípios morais ficam menores, ou ainda há alguma dúvida sobre o que vem ocorrendo no governo federal é um problema de caráter? Leia-se então: quanto maior o Estado, menor o cidadão. Esse é um dos segredos de tamanha distância entre países como EUA e Inglaterra com qualquer republiqueta sul-americana. Tive a oportunidade de conhecer quase todo o continente americano e grande parte do Brasil e minha percepção é de que quanto mais atrasado o país, mais forte o Estado.

E essa verdade também ocorre quando órgãos de defesa dos trabalhadores decidem por toda a classe desrespeitando-lhes a opinião e as vontades, ou seja, quem deve defender acaba atrapalhando.

Pergunto: quantos desempregados adorariam estar trabalhando? Reformulo: quantos empregados gostariam de estar trabalhando, ainda que seja no domingo? Quantos desempregados gostariam de estar trabalhando num cassino? As respostas são óbvias. Trabalhar domingo é um direito que deveria ser estabelecido por lei, em qualquer sociedade moderna, além de ser um estímulo à economia.

Pesquisas apontam que mais de 73% dos brasileiros compram aos domingos, seja em supermercados, shopping centers, ou outros estabelecimentos comerciais. É considerado o terceiro melhor dia da semana para se vender, perdendo somente para sábado e sexta-feira, e correspondendo a 14% das compras semanais. Mas o porquê é óbvio, é prático!

Não obstante, jogar em cassinos é um direito, e se uma pessoa qualquer deseja gastar todo seu salário numa noite, é direito seu, independente se essa pessoa tem filhos, tem esposa, cachorro, papagaio para sustentar. É seu direito!

Por isso, devemos entender que os trabalhos de domingo assim como a liberação dos jogos de azar, devem existir, e que eles são uma razoável e civilizada forma de resolver o problema de desemprego que vem aumentando a precariedade a que nosso país foi exposto e que nossa população desinformada foi empurrada desde o momento de seu descobrimento.

Alvaro Concha

Consultor de empresas

alvaroconcha@gmail.com