Princípios básicos das metodologias ativas de ensino

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Atualizado há 7 anos

Professor Me. Marcos Tadeu Grzelczak
Professor Me. Marcos Tadeu Grzelczak

Me permitam inicialmente dirigir-me à um público mais velho, como eu, retornando talvez a década de 80 ou até menos. Somos de um tempo, onde sentávamos em uma carteira de madeira dupla, ou até mesmo em carteiras simples, totalmente de madeira, em colunas, exatamente um atrás do outro, com o lanche disposto ao lado em uma maleta especial.  Era um jeito único de se estudar. O meio de ligação entre o professor era a lousa verde, com o uso de um giz branco. A cartilha? Nem sempre todos nós a tínhamos, alguns que não a possuíam estavam em contato com o seu vizinho, aproveitando àquele momento mágico de viajar através da leitura.

Lívro? O professor o tinha e muitas vezes sabiamente utilizava trechos, que eram difundidos com o mimiógrafo. Ah! Que época mágica de se estudar.

Agora sim, dirijo-me aos mais novos, como os meus filhos e vejo pelo outro lado da moeda, como professor o quão fantástico é o ensinar. Começamos pelo método mais tradicional, onde passamos nosso conteúdo, utilizando a velha e antiga lousa e o cuspe e entramos em outras formas de ensinar. Deixemos hoje de lado aquela forma de ensino reprodutiva e busquemos metodologias que façam o nosso aluno pensar.

Diante desta perspectiva, não podemos deixar de falar das metodologias ativas e os princípios que regem esta diferente forma de ensino. Reproduzir é uma forma básica de aprendizado, até que a ação se automatize. O grande problema, surge quando justamente necessitamos sair desta forma.

O primeiro princípio do aprendizado ativo é buscar autonomia do aluno, fazendo-o agir através da sua própria disposição interior, como sujeito e protagonista do aprendizado. Este princípio apresenta intima ligação ao desenvolvimento cognitivo do indivíduo. No momento em que o aluno percebe que aprender não é algo que se consegue sozinho, que a educação não é um processo individualizado e que a pratica colaborativa e de equipe produzem conhecimento e ciência, começa a assumir uma postura de conhecimento entrelaçado.

A partir destes dois princípios em destaque no texto, começamos a traçar uma nova forma de aprendizado, onde surge uma informação complexa e que dentro do nível de conhecimento de cada aprendiz, as informações cruzam-se, ligam-se e o professor passa a ser o tutor (aquele que orienta, acompanha) o aprendizado

Resumindo podemos dizer que as metodologias que exigem a participação do aluno em sala, partem do princípio que o cérebro é complexo e que as funções cerebrais são diversificadas e que quanto mais estas funções cerebrais forem exigidas, melhores serão os processos de aprendizagem. Uma analogia a isto é percebida pelas ações cerebrais básicas e de rotina, como o escovar os dentes, banhar-se ou voltar para casa após o trabalho. No momento em que estas ações são modificadas pela sequência, a interconexão neuronal é exigida. Por isso optar pelo mais fácil na maioria das vezes não é a melhor opção, principalmente se o assunto for aprendizado.

Professor Me. Marcos Tadeu Grzelczak

Diretor Campus UnC de Porto União