SC: preparada para crescer

·
Atualizado há 7 anos

Em 2015, quando a crise veio à tona, tínhamos a certeza de que Santa Catarina não passaria ilesa pela recessão, mas sabíamos que seria o último Estado a senti-la. Em entrevistas concedidas ainda no início daquele ano,  também dissemos algumas vezes que seríamos os primeiros a mostrar os sinais da retomada do crescimento e sair da crise.  Nossa certeza não estava baseada em bola de cristal ou em boa vontade. Santa Catarina tinha um diferencial competitivo imbatível: mesmo sem saber que a crise viria, nosso Estado estava preparado.

Ao longo dos anos, investimos em segurança jurídica para atrair novos empreendimentos, desenvolvemos e patenteamos sistemas de gestão fiscal copiados em outros Estados e arrecadamos acima da inflação, o que nos garantiu criar um “colchão” para enfrentar os dias difíceis. O cuidado com a gestão, aliado à política de não aumentar impostos e manter os investimentos, garantiu a Santa Catarina a menor taxa de desemprego do Brasil em 2016, prova de que esse ciclo virtuoso está fazendo toda a diferença.

Agora, em 2017, estamos colhendo os frutos dessas sementes plantadas lá atrás. Enquanto muitos Estados ainda amargam a quebradeira e a fuga de investimentos, temos nada menos que 33 grandes empresas em negociação para possível instalação no Estado. Esses negócios, uma vez concretizados, irão gerar 6,2 mil empregos diretos e resultar num investimento próximo dos R$ 6 bilhões.

Estamos fazendo bem o dever de casa, mas ainda há muito para evoluir e melhorar. Os últimos números da arrecadação ainda têm resquícios da crise, mas também nos mostram que há uma tendência importante de retomada. Em fevereiro, pela primeira vez em 18 meses, a arrecadação em Santa Catarina empatou com a inflação. Vínhamos abaixo desde agosto de 2015. Em março e abril, a situação se repetiu.

Se o Estado está conseguindo manter seus serviços e investimentos, podemos imaginar o que será quando o País voltar a crescer. Se estiverem certas as apostas do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brasil deverá sair da maior recessão das últimas décadas ainda neste ano. A previsão do Fundo é que o PIB cresça 0,2% em 2017 e 1,7% em 2018. A recuperação da economia será, segundo o FMI, fruto da redução da incerteza política, da queda dos juros e do progresso na agenda das reformas no Brasil.

O país passa por uma “faxina” que pode quebrar alguns móveis, mas que é necessária para deixar o caminho limpo para a retomada do desenvolvimento. Já mostramos que estamos prontos para ajudar.  A nossa “casa” está arrumada para receber aqueles que aqui quiserem investir.

Antonio Gavazzoni, secretário de Estado da Fazenda e doutor em Direito Público

contatogavazzoni@gmail.com