Projeto de acadêmica de União da Vitória fica entre os 10 melhores do Senar-Pr

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Atualizado há 8 anos

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(Foto: Assessoria).

O projeto da acadêmica do oitavo período de Agronomia da Uniguaçu, Aline Bonk, ficou classificado entre os dez melhores projetos no Programa de Empreendedorismo Rural, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Paraná (Senar-Pr). O projeto visa a ampliação de viveiros para piscicultura, na propriedade da acadêmica, que é tradicional na produção de Carpa. Para a estudante, a classificação veio como motivação para a continuação do trabalho. “Me senti motivada a seguir em frente com o projeto, pois teve reconhecimento de tanto trabalho empenhado nele. Foram muitas horas no curso, no projeto em casa e a conversa com a família a respeito disso”, conta.

Para a acadêmica, que agora se vê como empresária, o projeto deu uma nova visão sobre a sua propriedade, que deixou de ser apenas a casa dos pais, a qual ela visita durante o fim de semana, e passou a ser uma empresa, que pode gerar lucros, tornando-se rentável. “A maior dificuldade é a organização financeira. Juntar todos os dados para saber os gastos mensais: o que é gasto com a família, com as culturas, com as atividades dentro da propriedade. Às vezes, a gente não sabe nem o que está ganhando dentro de uma atividade”, conta.

Caren Jenczmionki, instrutora do curso na Uniguaçu, contou que no regulamento da premiação, não faz diferença se o projeto apresentado é viável ou não, porém, com as avaliações, percebeu-se que o projeto da acadêmica de Agronomia, traria muitos lucros à propriedade, além de aumentar o “Valor Presente Líquido” (VPL) e a “Taxa Interna de Rentabilidade” (TIR), estudados nas aulas. “A dedicação da Aline foi um fator muito importante. Ela se dedicou ao projeto, pois queria conhecer a realidade da sua propriedade e queria, realmente, solucionar os problemas que ela encontrou no diagnóstico. O seu conhecimento sobre piscicultura e a busca por informações no estudo de mercado foram determinantes”, comenta a professora.

Ao todo, o Paraná teve 99 projetos inscritos, dos quais apenas dez foram classificados. Para participar, os acadêmicos ao final do curso, que teve duração de sete meses, apresentaram aos seus colegas, os projetos que precisavam mostrar diagnóstico e resultados da propriedade. Entre os alunos, foram escolhidos três projetos e enviados para a classificação do Paraná.

Alguns critérios foram cruciais para a sua seleção: o diagnóstico, demonstrando que o participante conhece bem sua propriedade, um bom planejamento estratégico para melhorar o que se percebeu no diagnóstico e um estudo de mercado condizente com a realidade do participante, mas que o possibilite uma tomada de decisão mais confiável possível, ou seja, uma boa pesquisa dos mercados de fatores e mercados de produtos, além das avaliações de viabilidade.

A próxima fase acontecerá no dia 04 de dezembro, em Curitiba. No evento de Líderes e Empreendedores Rurais do Paraná, que reúne mais de 5 mil produtores rurais, os dez projetos classificados serão premiados e reconhecidos. Será apresentado um vídeo contando a história de cada projeto e, então, serão escolhidos os três melhores projetos do Paraná, que vão receber uma viagem técnica internacional, além do troféu e reconhecimento estadual. A cobertura da festividade acontecerá pelo Canal Rural e no domingo, no Ric Rural, da Record.

A parceria Senar-PR e Uniguaçu

A parceria entre Senar-Pr e as Faculdades Integradas do Vale do Iguaçu (Uniguaçu) já acontece há quatro anos, e começou com o objetivo de atender os filhos de produtores, que buscam os cursos de Agronomia e Medicina Veterinária, tanto nas áreas técnicas, como na área de gestão.

O professor da Uniguaçu, Mário Slomp, acredita que o empreendedorismo para os cursos de Agronomia e Medicina Veterinária, são profissões e a faculdade tem a missão de criar essa visão no acadêmico. “O aluno tem a possibilidade de desenvolver atividades no campo empresarial. No Brasil o agronegócio cresce e a propriedade rural, mesmo pequena, é uma empresa e deve ser tratada como tal, para que gere maior renda”, afirma.

Em 2015, foram 18 acadêmicos formados pelo Programa Empreendedor Rural e no projeto, que foi realizado desde as primeiras aulas, os alunos passaram por todas as etapas: diagnóstico, planejamento estratégico, estudo de mercado, engenharia e avaliações.

Para Aline Bonk, aliar a faculdade com um curso de empreendedorismo, só fez aumentar a vontade de aprender mais, aplicando esse conhecimento nas suas atividades dentro da propriedade, que vai gerar um lucro real. “A agronomia me trouxe uma paixão maior pela minha propriedade. O curso do Senar me fez ampliar novos horizontes dentro dela. Mostrando que ela pode ser mais rentável e mais explorada”, conta.

O programa Empreendedor Rural abordar assuntos fundamentais para o crescimento pessoal e profissional do aluno, mostrando a realidade no campo e a importância da gestão para o sucesso de qualquer atividade. “O que mais me impressiona nos alunos, é a vontade de aprender e mudar sua realidade, pois não é um curso simples, nem rápido, então os alunos demonstraram acima de tudo, determinação. Ver a mudança deles a cada dia me motiva ainda mais, pois falar de gestão e empreendedorismo é ter a certeza de que o participante sai com a visão mais ampla da sua realidade”, salienta Karen.

Um dos objetivos da Uniguaçu é preparar o acadêmicos para o mercado de trabalho, não apenas para ingressar em grandes empresas, mas, também, para que eles tenham a possibilidade e formação de empreender nos seus próprios negócios.

Aliando o conhecimento técnico da faculdade, com o desenvolvimento humano e o empreendedorismo com gestão, as chances de sucesso são maiores. “Muitas vezes, pensamos que uma carreira dentro de uma empresa multinacional pode ser muito mais rentável, mas a qualidade de vida que eu tenho dentro da minha propriedade é muito maior. Pode ser que eu não ganhe tanto, ou não tenha tanto reconhecimento, mas o convívio com a família e você ser dono do negócio é algo que amadurece muito”, finaliza Aline.