Dia dos Pais: Apelo sentimental pode empolgar vendas

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Atualizado há 10 anos

Por Mariana Honesko

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Lojistas esperam vendas, ainda que de produtos mais simples

O tempo de presentear os pais com cuecas e meias já passou. Conforme os empresários do comércio das Cidades Irmãs, o perfil dos homens mudou, bem como suas exigências. Embora tendo vendas até 30% menores que o Dia das Mães, por exemplo, o Dia dos Pais também empolga, especialmente os setores especializados no universo masculino.

Vestuário, calçados e perfumaria, ainda lideram o ranking da preferência de esposas e filhos, responsáveis pelos sorrisos extras no segundo domingo de agosto, quando a data é lembrada. Mas, viagens, almoço ou jantar e, mais recentemente, a linha fitness, também são escolhas interessantes para quem não quer deixar a data passar em branco.

O que não muda, garante a última pesquisa sobre o assunto feita pela Fecomércio do Paraná, é a pesquisa de preços e a escolha do que é mais barato. A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de julho apontou retração na intenção das compras das famílias em comparação a julho do ano passado. Levantamento da Zoom, site comparador de preços, confirma a Fecomércio. De acordo com a pesquisa, os consumidores neste ano estão mais preocupados com o preço dos presentes do que com a escolha deles.

Nas Cidades Irmãs, o perfil nacional sofre as consequências da enchente: se no Brasil a atenção às etiquetas é grande, na região, que ainda recolhe os prejuízos das cheias do Iguaçu, as cifras devem ser prioridades na hora da escolha.

É justamente pela interferência do tempo que, neste ano, os comerciantes sabem que podem colher prejuízos ou ter, pelo menos, estabilidade em vendas. “As cidades hoje, devido às cheias, estão canalizando os recursos para a compra de produtos de primeira necessidade”, observa o diretor do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da Câmara dos Dirigentes Locais (CDL) de União da Vitória, Silvio Iwanko. “No geral, o faturamento está mais alto na venda de guarda-roupas e pias, por exemplo”, completa. A opção é entendida com facilidade pelos lojistas e, inclusive, pelos fabricantes que facilitam o pagamento do novo mobiliário. Em algumas lojas, por exemplo, é possível parcelar as compras em até 18 vezes, sem juros. O presente para os pais não exige tanta manobra da indústria mas, do cliente, ela é quase imperativa. “As pessoas estão apertando o cinto e acredito que não vão deixar de presentear”, avalia Iwanko.

A liberação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) anima os lojistas. A partir do recurso, a expectativa é de que os beneficiários saibam administrar bem o dinheiro extra. “A enchente realmente tira o dinheiro de circulação, até porque as pessoas precisam voltar para casa. Nossa aposta é pelo FGTS, que impulsione as vendas”, avalia José Olices Martins, lojista de uma casa especializada em roupas masculinas de União da Vitória. Martins não se mostra tão otimista mas acredita que as vendas aconteçam, ainda que aquém do valor comercializado no ano passado. Para ele, o Dia dos Pais é a terceira melhor data do ano. Ela fica apenas atrás do Natal e Dia dos Namorados.

Já para o empresário José Luis Falk, a data é a principal, deixando todas as outras para trás. Ele também é proprietário de loja voltada à moda masculina. Otimista, Falk investiu em vitrine e em promoções. “Estou animado. Acredito que a enchente não vá atrapalhar as vendas. Esperamos crescimento de até 10% em relação ao ano passado”, diz.

Como em outras datas, a CDL espera maior movimento no comércio apenas a partir da semana que antecede o Dia dos Pais, lembrado em 10 de agosto. Conforme a entidade, no dia 9 as portas das lojas ficam abertas até às 16 horas. No domingo, não abrem.

O que mostram as pesquisas

De acordo com a Fecomércio, a queda na intenção de consumo nos últimos 12 meses foi mais acentuada entre as famílias das classes A e B. A queda não parece ter influência da renda. O levantamento mostra que ela está melhor para 69,9% das famílias entrevistadas. Paralelo ao crescimento, a pesquisa revela que o acesso ao crédito está mais fácil para 68,6% no contexto geral.

Os entrevistados não mostraram muita vocação para as compras, ainda que o percentual de interesse supere o comportamento de quem não está muito focado nisso. Questionados sobre elas, para os próximos meses, 55,7% apontaram que será maior do que no segundo semestre do ano passado, 34% relataram que o consumo será menor e 10,2% afirmaram que será igual ao ano de 2013.