Em fase final, construção da loja reflete na autoestima dos vizinhos

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Atualizado há 9 anos

Por Mariana Honesko

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Valdecir investe R$ 8 mil na construção da nova laje: conforto para ver o movimento na Havan. (Fotos: Mariana Honesko).

O supervisor Valdecir Vieira mora há 27 anos no que era até bem pouco tempo era conhecido como Linha “Véia”, uma referência pejorativa à um endereço um tanto deslocado, ao lado da malha ferroviária desativada, cravado no meio dos bairros Cidade Nova e São Pedro, em Porto União. Mas, desde julho, o acanhamento na revelação do endereço ficou para trás. Feliz, Vieira revela um gosto muito maior pelo lar. De frente para a Havan, ele assiste a construção de camarote. E, se depender dele e do ritmo dos pedreiros que contratou, a observação ficará melhor. “Estou reformando a sacada. Era de madeira e agora vou colocar uma laje. Isso é por conta da obra da Havan”, sorri. “Vou colocar uma mesa de sinuca e uma churrasqueira. Assim, como uma carne, me divirto e assisto o movimento todo”, completou.

O entusiasmo contagia outros vizinhos. A dona-de-casa Marizete Petela, que há 13 anos mora ao lado da linha, não vai mudar nada na construção: o imóvel é novo, tem dois andares e uma sacada com vista privilegiada. “O que muda é o nosso ponto de referência. Antes eu dizia que morava perto do Campo do Escurinho. Agora, digo que moro em frente à Havan”, sorri. A referência popular não é motivo para vergonha mas, desde a chegada da loja, caminha para a extinção.

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Marizete Petela e a filha Débora: informar o endereço ficou bonito e mais fácil

A motivação que convida os moradores à apreciação de novos horizontes e até ao desembolso de algumas cifras para deixar a casa um pouco melhor, parece combinar com o interesse da prefeitura de Porto União e da equipe de construção da Havan. Na reta final de construção, a Avenida dos Ferroviários, canal de escoamento de produtos e espaço para acesso dos visitantes, já passa por melhorias. Parte dela teve o pavimento arrumado e o traçado das faixas elevadas desenhado.

Há mais tempo, já está em funcionamento a rotatória que “corta” a avenida, na altura do depósito da Tirol. Conforme o diretor de Trânsito da prefeitura, César Viganó, o mecanismo garante a entrada dos caminhões e dos carros visitantes na lateral correta. A saída vai acontecer por outra rotatória. Ela é mais antiga, e fica exatamente na frente da extinta Cabana. “Quando o estacionamento for terminado, vamos recapar o que falta na avenida e no entorno da Havan”, explica.

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Rotatória está entre as mudanças executadas a partir da chegada da loja

O investimento de construção é todo da empresa. Segundo o engenheiro Carlos Eduardo Schlipake, responsável pela obra em Porto União, são cerca de R$ 22 milhões investidos que devem ser recuperados em até três anos. Frota, tratores, material de construção e os quase 300 empregados que trabalham na obra, são pagos pela empresa. Ela desembolsa, ainda, o aluguel do terreno – uma negociação com o empresário Álvaro Schwegler – e o investimento na rede elétrica, feito recentemente na Rua Célio da Silva Wolf, necessário para suportar a demanda de consumo que a loja e seus 8,5 mil metros quadrados exigem.

Por dentro da construção

A rapidez na execução da obra chama especialmente a atenção. O que se vê hoje é resultado de um trabalho que começou no final de julho. O ritmo marca para o dia 8 de novembro a inauguração do complexo. O perfil tem nas paredes o segredo para tanta agilidade. “Ela é de termoWall, ou seja, é uma parede térmica que já vem em painéis. São paredes com isolante térmico e acústico”, explica o engenheiro. Diferente do concreto, portanto, a construção dispensa tijolos e pedra.

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São 8,5 mil metros quadrados, com praça de alimentação e venda de mais de cem mil itens

Bloco a bloco, a Havan vai se desenhando e ganhando forma. A arquitetura não é exatamente padrão mas o modelo de Porto União lembra, e muito, as lojas de outros centros. Localmente, a loja é de porte médio, que vai trabalhar com a oferta de mais de cem mil itens, três salas de cinema e praça de alimentação. “Tudo deve estar pronto até o dia 8. A exceção fica mesmo por conta das salas de cinema, que ficam prontas em março do ano que vem”, pontua Schlipake.

Para dar conta do cronograma enxuto, a equipe de quase 300 homens vai trabalhar muito mais. “Daqui para frete, será quase 24 horas”, afirma. A proposta é entregar uma loja completa, bem como suas 530 vagas externas para carros, prontas, sem defeitos.

E a estátua?

havan-obras-portouniaoNem mesmo o engenheiro soube confirmar se ela vem para Porto União. Ventila-se nos bastidores que, por estar em um terreno alugado, a réplica da Estátua da Liberdade não vem. Por outro lado, comenta-se que ela vem mas que vai demorar um pouco. O atraso – e até seu cancelamento – seria atribuído à demanda de trabalho da empresa de Itajaí (SC) responsável pela montagem do símbolo. Apenas neste segundo semestre do ano, a Havan inaugurou, ou ainda vai inaugurar, outras 20 lojas pelo Brasil.