EMOCIONANTE: Mãe cuida de filho que movimenta apenas os olhos

Diego Alfredo Pinto, 26 anos, foi vítima de um acidente de trânsito. Há sete anos, ele padece em coma vigil. Sua mãe, Isoléte Pissaia, luta 24 horas pela sua sobrevivência

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Atualizado há 7 anos

mXXe-filho-cuidadora-porto-unia5A vestimenta de super-heroína hoje está camuflada por uma roupa mais discreta. Isoléte Pissaia veste calça jeans e camiseta. Ela é uma pessoa simples assim como nós. Porém, de uns sete anos para cá, sua vida teve um diferencial a parte.

Isoléte atribui 24 horas pela luta da sobrevivência de seu filho Diego Alfredo Pinto, que foi vítima de um acidente de trânsito. O jovem movimenta apenas os olhos e vive em coma vigil, o que significa que durante o dia, mantém os olhos abertos, mas não fala, não se movimenta, não responde a estímulos verbais e não interage com o meio ambiente.

Isoléte partilha sua história por se tratar de um laço tão intenso entre mãe e filho, atrelado a muita fé e esperança. Ela e seus familiares residem no bairro Santa Rosa, em Porto União. Sua história necessita ser apresentada aos quatro cantos da cidade.

O acidente

Diego sempre foi um jovem de altivez invejável. Trabalhador e muito cobiçado por amizades. Foi então que em janeiro de 2010, ele seguia de moto pela rua Padre Anchieta, em Porto União, quando um automóvel cortou sua preferencial. O acidente mudará toda a sua vida. “Este fatídico acidente veio com um corte profundo em minha alma”, confirma.

Isoléte, familiares e amigos sofreram muito. Ninguém imaginava o que iria acontecer após o ingresso de Diego ao Hospital. Foram 40 dias de agonia. O diagnóstico foi traumatismo craniano e parada cardiorrespiratória. Em decorrência disso, Diego ficou em coma vigil.

Hoje, próximo de completar seus 27 anos, a ser festejado no dia 10 de agosto, Diego necessita de atenção diária. Porém isso não é um fardo para Isólete, longe disso. Basta alguns minutos ao lado da mãe para se perceber que ela trata Diego como se nada tivesse acontecido.

Desenganada pela medicina, Isólete não se abateu. Ela foi em busca de alternativas que proporcionassem ao filho melhores condições de tratamento. “Faço o que eu posso, mas não é fácil. Deus me fortalece! ”.

“Eu sei que ele sorri”

Isólete é conhecida carinhosamente no bairro pelo apelido de preta. Há sete anos ela mudou toda a sua rotina de vida. Ela é funcionária pública e trabalha meio período na Secretaria Municipal de Educação de Porto União. O restante do dia ela fica a disposição de Diego.

Preta afirma que conhece o seu filho muito bem. Mesmo sem Diego responder aos estímulos do ambiente, a mãe relata que ele é capaz de sorrir – porém através do olhar. “Ele manteve os olhos brilhantes. Eu sei que ele compreende tudo o que faço por ele. Eu sei disso”.

A família de Diego adaptou uma maca em seu veículo de passeio. Sempre que possível, retiram Diego da cama e o levam para passear. Em uma cadeira de rodas ele frequenta a casa de familiares e até já foi à praia. “Eu percebo na fisionomia dele que ele gosta, eu sei disso, eu sei! ”, confirma a mãe.

Na medida do possível

Preta faz o que pode para o tratamento do filho. Ela também divide o seu tempo com o preparo de pirogues para a aquisição de fraldas e Nutren. A lata custa 60 reais e são necessárias 20 latas ao mês.

 

Fotos: Arquivo da Família