Mulheres são atraídas para vagas de motorista e dirigem até carreta

Um exemplo em Porto União é a carreteira Ariane Rosalino. Ela é a primeira motorista mulher contrata pela empresa Coopergarga

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Atualizado há 7 anos

Ariane Rosalino é a primeira motorista mulher de carreta contratada pelos Transportes Vizzotto, cooperada da Coopergarga, cuja matriz fica em Concórdia (SC). Ariane há um ano e meio divide o tempo entre a sua casa no bairro Santa Rosa, em Porto União, e as viagens para os países do Mercado Comum do Sul (Mercosul), formado por Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai e Venezuela (atualmente suspensa). A história desta jovem é como uma estrada, onde o percurso é cheio de curvas, cujo destino nunca tem uma parada final, mas sempre um siga em frente.

Na boleia

 Ariane, conhecida carinhosamente por Polakinha da Coopergarga, é uma jovem de 32 anos, apaixonada pelo que faz. Segundo ela, é necessário se sentir feliz na profissão escolhida. “Você precisa se sentir bem no emprego que escolhe. Este trabalho tem me realizado, é muito satisfatório”.

Polakinha é mulher cheia de vaidades. Postura esguia, cabelos louros até os ombros e simpatia inegável. A paixão dividida com a boleia da carreta é também compartilhada com as filhas Isadora e a Maria Emanuela, que esbanjam orgulho da mãe. Pois entre uma viagem e outra, Ariane não mede esforços para passar um tempinho ao lado da família. Segundo ela, quando dá tudo certo em uma viagem – entre carga e descarga, fica fora de casa entre 10 e 15 dias.

A carreteira cita ainda que nunca sofreu preconceito por ser uma mulher exercendo esta atividade. Ela conta que os colegas até ensinam novos truques na boleia. “As pessoas me olham com admiração, por ser alguém do sexo feminino dirigindo uma carreta. Minha paixão por carreta é algo que não consigo descrever”.

De férias até 11 de fevereiro, Polakinha revela que já está com saudade de sua carreta, que quando carregada pesa em torno de 18 toneladas, dependendo do produto a ser transportado. “Eu percebo que as mulheres são muito cautelosas e costumam planejar mais a viagem”, afirma. Além disso, ela exerce a função sem dispensar a feminilidade e costuma sempre impor respeito.

Dados

Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), em 2015, dos 45 milhões de motoristas no Brasil, quase 15 milhões são do sexo feminino e, 71% dos acidentes são provocados pelos homens e apenas 11% pelas mulheres, sem contar que 70% das multas são para motoristas do sexo masculino.

 

Fotos: arquivo pessoal

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