PLANETA AZUL: Proteção Hídrica II

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Atualizado há 9 anos

Por Osni Gilberto Schroh

Diante das notícias apresentadas pelos meios de comunicação em relação à falta de água no estado de São Paulo e de outros estados, voltamos a colocar os nossos pensamentos e estudos, quanto a forma mais correta da proteção hídrica. Sabemos que tradicionalmente o homem, vem de forma rudimentar realizando trabalhos de proteção de minas de água, desde a nossa colonização, para assim poder saciar a sede tanto de suas famílias como na des-sedentação de suas criações. Algumas destas proteções eram ou são até hoje inadequadas, e podem causar doenças gastros intestinais, pois não estão corretamente construídas e protegidas. Muitas destas proteções dão livre acesso aos mais diversos animais silvestres, como roedores, lagartos e aranhas, e de criação do próprio homem, co-mo cães, porcos entre outros.

Outras vezes o maior po-luidor destas fontes, são os próprios seres humanos, pois, é comum à construção de fossas sépticas bem próximas das nascentes e na utilização inadequada destas águas no abastecimento de equipamentos agrícolas, utilizados na pulverização de agrotóxicos, assorea-mento, e no descarte inadequado de lixos.

Voltamos a salientar esta frase tão usada por todos, “sem água não existe vida”, pois a água compõe grande parte dos organismos vivos em nosso planeta, veja bem, até o nosso cérebro é constituído de 75% a 80% de água. Desta forma, como acontece com os seres humanos, muitos dos vegetais, são compostos deste liquido. Águas doces que estão disponíveis e são utilizadas em várias atividades industriais e agrícolas. No processo da agricultura, principalmente através da irrigação, de 100% do total consumido, são perdidos cerca de 40% por diversas razões, entre elas, os desperdícios, irrigação descontrolado e excessiva, e no processo natural de evaporação. Neste processo industrial, de alimentos, realizado por meio das grandes propriedades rurais, a utilização da água, passa a gerar bens de capitais, que deveriam ser controlado com maior rigor, pois destas grandes produtoras de alimentos, em sua maioria, são grandes exportadoras, e com estes alimentos, nossa água em abundancia é transferida através de grãos, carnes e frutas para outros países que não souberam cuidar e proteger de suas águas.

Para nossa sobrevivência, devemos ficar atentos, aos mais diversos fatos e acontecimentos, que fazem parte de nosso cotidiano e que em muitas vezes não paramos para analisar e avaliar todo este processo. Assim poderemos tomar atitudes, participar, motivar e realizar com maior segurança a proteção hídrica. Com uma limpeza adequada na mina de água, retirando os excessos, para facilitar um maior fluxo de água, também é muito importante realizar o plantio de árvores e arbustos nativos, dentro de um raio de 50 metros. Cercar esta área para dificultar o acesso de animais e o pisoteio da área verde, evitando assim, o as-soreamento e a entrada de dejetos. Com a mata nativa recuperada, vai ocorrer a elevação da umidade no local e ainda vai efetuar proteção natural contra os mais diversos contaminantes.

Ao contrário do que se possa pensar, a falta de água não é um fenômeno natural, e sim um processo de desertificação, lento e gradativo criado pelo homem, que não respeita o meio ambiente, realizando sem notar e sem se preocupar a contaminação do solo, pois, veja bem caro amigo leitor, quantas vezes por dia você observa o ser humano jogando, arremessando, bituca de cigarro em plena rua? Estes pequenos resíduos são levados pelas águas da chuva aos bueiros, que num processo lento e continuo vão poluindo o nosso solo e rios. Assim, com este pequeno exemplo, podemos, fazer nossas avaliações em relação aos outros dejetos lançados pelos seres humanos de maneira irregular no ar, no solo e nas águas. Nossos pequenos atos, impensados, vêm causando danos irreparáveis na natureza por muitos, e muitos anos.
• Osni Gilberto Schroh é técnico em Meio Ambiente