Pode reparar: a cada troca de estação, algumas figuras santas são lembradas. Repare de novo: nestes períodos, apenas os santos considerados fortes pelos fieis, são comemorados. No dia 29 de setembro, por exemplo, foi dia de São Miguel Arcanjo, considerado pela igreja católica, o príncipe das milícias terrestres, uma espécie de “general de Deus. “Os primeiros cristãos perceberam que na troca de estação, a natureza ficava revolta, com furacões, trovoes, muita chuva, e eles colocaram no seu calendário, os santos considerados mais fortes, para proteção. Como se eles colocassem essa fúria cega da natureza, domada por um Deus misericordioso, com a interseção dos santos protetores”, explica o pároco da igreja São Miguel Arcanjo, em Porto Vitória, Emílio Bortolini Neto.
Entendendo este contexto, dá para compreender também a popular expressão, “chuva de São Miguel”. E não é que sempre chove no dia dele mesmo? “Não é que chove porque é dia de São Miguel, mas é dia de São Miguel porque chove”, conclui o padre, justificando os fenômenos da natureza comuns nas mudanças de estação.
A festa
Em Porto Vitória, a festa aconteceu no domingo. Teve missa às 10 horas, seguida pela benção dos fies, dos carros e ao meio-dia, almoço, servido no Salão Paroquial da igreja. O evento mobilizou a comunidade desde o começo do mês.
“A cidade respira São Miguel setembro inteiro. Existe um envolvimento muito grande da comunidade. As pessoas doam prendas, se organizam. Isso desperta muito o senso de comunidade. Não é apenas estar no lugar, mas ser o lugar, se esforçar pelo bem da cidade que te acolheu. A celebração do padroeiro ajuda muito neste sentido”, avalia o padre Emílio.