Deputado Federal Aliel Machado defende mudanças na Política Nacional

Para ele PSDB e PT tiveram acertos e equívocos

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Atualizado há 7 anos

Deputado defende imparcialidade na Lava Jato
Deputado defende imparcialidade na Lava Jato

O deputado federal Aliel Machado (Rede) que esteve na sexta-feira, 06 em União da Vitória, cumprindo agenda política e participando de uma audiência pública sobre a Revisão do Estatuto da Criança e do Adolescente, concedeu entrevista ao Jornal O Comércio e fez uma avaliação sobre ao momento político brasileiro e sua visão sobre a corrupção no país. Entre os compromissos estava uma visita à Associação de Proteção à Maternidade e a Infância (APMI).

Na ocasião, o parlamentar se reuniu com a direção do hospital para formalizar uma emenda de R$ 200 mil, indicada para a compra de equipamentos. Durante a visita, Aliel pode conhecer de perto a estrutura da maternidade, que possui 98 leitos, a maioria disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que atende a vários municípios paranaenses.

Quem é Aliel Machado

Aliel Machado nasceu em Ponta Grossa, em 26 de fevereiro de 1989. De família humilde, sem ligação com a política, carregou sacolas na feira e foi engraxate ainda na infância. Mas as dificuldades despertaram a sensibilidade com as questões sociais e a vocação política não demorou a surgir.

Durante o ensino médio militou na União da Juventude Socialista (UJS) e coordenou manifestações relacionadas ao transporte público da cidade, mobilizando a população por mais transparência no contrato, além de pedir melhoria na qualidade do serviço prestado aos usuários. Aliel foi eleito em 2014 com 82.886 votos. Foi o deputado federal mais jovem do Estado, com apenas 25 anos, além de ter sido o mais votado da história em Ponta Grossa, com mais de 61 mil votos. Confira a entrevista:

JOC – Como o senhor vê as atuações dos últimos presidentes?

ALIEL – Essa guerra entre PT e PSDB não ajudou o país. Eu acho que ambos tiveram contribuições positivas nos seus governos e ambos tiveram equívocos. O PSDB privatizou, sucateou, mas promoveu avanços significativos na economia com a implementação do Plano Real. Tem que ser reconhecido, foi uma coisa boa.

JOC – E o PT?

ALIEL – O PT revolucionou esse país. Nós temos filhos de pobres que estão na universidade, foi criado o programa Minha Casa Minha Vida, onde centenas de milhares de pessoas tiveram acesso à casa própria. Também houve aumento do consumo, o aumento no acesso a veículos, a gente pode citar as pessoas que saíram da extrema pobreza…

JOC – Foram só coisas boas nos governos petistas?

ALIEL – Claro que não. O PT errou muito, roubou, muitas pessoas cometeram equívocos, só que não é por isso que a gente tem de deixar de reconhecer as coisas que foram boas.

JOC – Mas isso tudo acabou na maior crise política da história…

ALIEL – Sim, porque se criou uma guerra, que a gente vê muitos políticos de muitos partidos, mas principalmente do PT e do PSDB.

JOC – então as duas siglas são as vilãs da política contemporânea?

ALIEL –  O Aécio [Neves] teve dois pedidos de prisão, o Lula está todo enrolado. A Dilma sofreu um impeachment. O que eu penso disso: Nós precisamos de alguém que unifique o país, nenhum dos extremos é correto.

JOC – Em que sentido?

ALIEL –  Alguém que aproveite as coisas boas que foram feitas neste país. Pessoas boas, honestas existem em todos os partidos, mas quem cometeu ato falho e infelizmente isso é da natureza humana tem que pagar pelos seus atos.

JOC – E como seu partido [Rede] vê o governo Michel Temer?

ALIEL – Nós somos oposição ao governo. É um governo que entrou lá para parar as investigações da Lava Jato. Tem uma quadrilha com Michel Temer governando esse país.

JOC – Está tão ruim assim? E as reformas?

ALIEL – Ele está implementando políticas que trarão resultados extremamente prejudiciais ao nosso povo, como a PEC do teto de gastos, que limita gastos com saúde, educação e segurança pelos próximos 20 anos, no Brasil. O governo tenta aprovar a reforma da previdência que vai acabar com o direito de grande parte da população de se aposentar.

JOC – O governo Temer é legitimo?

ALIEL – Desde o processo de impeachment que eu digo e repito: nós temos que ter uma nova eleição. Eu entrei na justiça, a Rede entrou na justiça para que tivesse a cassação da chapa e que entregasse ao povo o direito de fazer uma nova escolha. Desde então só se vê denúncias de corrupção.

JOC – Já que entrou no assunto, o senhor acredita na Operação Lava Jato?

ALIEL – Eu acredito que a operação Lava Jato é Importante, ela tem um diferencial, um marco na história do país. Existem os corruptos, mas existem os corruptores e esses nunca antes tinham ido para a cadeia. Mas a lava jato não pode ter seletividade.

JOC – Em que sentido?

ALIEL – A lava Jato não pode pender para um grupo político e outro não.

JOC – O senhor vê isso acontecendo?

ALIEL – É claro. Existe essa proteção. Veja o Rodrigo [Rocha Loures], um paranaense, foi pego como uma mala de dinheiro e não está preso, enquanto que outros que inclusive podem ser inocentados mais a frente, estão atrás das grades. Isso não é seletividade?

JOC – E o que deve ser feito?

ALIEL – A lei tem de ser igual parar todos. Ou vai todo mundo para a cadeia ou não vai ninguém. Mas, privilegiar grupos políticos não me parece muito certo.

JOC – Aqui no Paraná, como está seu partido?

ALIEL – Nós estamos nos organizando, procurando um caminho para não se amarrar ou atrelar a esses grupos que existem por aí.

JOC Fala-se em Ratinho Junior, Osmar Dias, Requião, Álvaro Dias. Com que o Rede vai?

ALIEL – Com nenhum. Nós estamos trabalhando para ter candidatura própria. Desses nomes aí, muitos deles são balões de ensaio, tem gente que nem vai se candidatar nas eleições do ano que vem.

JOC – E o senhor?

ALIEL – Eu tenho uma história, ainda que recente. Eu fui o primeiro a assinar o pedido de cassação do Cunha [Eduardo], faço oposição a este governo e trabalho forte com a bancada do Paraná na Câmara, em favor do nosso Estado*