Em meio ano, mais de 600 gestações de alto risco foram atendidas no Cisvali

Cuidado na gestação reflete na redução da taxa de mortalidade infantil, bem como na qualidade de nove meses mais saudáveis

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Atualizado há 8 anos

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As mãos de Tatiane e de Laércio já protegem a pequena Valentina, que nasce em outubro

Aos 13 anos, uma adolescente do Bairro Bom Jesus, de União da Vitória, vai ser mãe pela primeira vez. Ela diz que o filho, que será batizado como Raizon, foi planejado. Independente disso, ela é uma gestante de risco, isso porque tem pouca idade, corpo ainda em desenvolvimento e grandes chances de problemas na gestação. A jovem é acompanhada desde o quinto mês pelo programa Mãe Paranaense. Em União da Vitória, ele funciona no prédio do Consórcio Intermunicipal de Saúde Vale do Iguaçu (Cisvali), no centro. Ontem, ela e outras mamães esperavam sua vez para mais uma consulta.

Vera Lúcia, de 31 anos, é uma delas. Esperando o quinto filho, participou nesta semana pela primeira vez do Programa. “Estou de quase sete meses e estou perdendo líquido”, explica. Vera ficou internada, mas antes e depois disso, foi assistida pela equipe do “Mãe”. Um pouco mais tranquila está Tatiane Alessio, de 20 anos. Ao lado do marido, Laércio, ela veio de Bituruna para o Cisvali, saber se tudo vai realmente bem com Valentina, a primeira filha do casal que nasce em outubro. “Fizemos um exame e foi visto que o neném tem um cisto. Estamos aqui para saber o que é exatamente”, conta Tatiane.

Todo esse cuidado especial só é possível graças à sincroniza dos envolvidos com o Programa, uma rede de atenção desenvolvida pelo Estado do Paraná que trabalha as futuras mamães em estado de “alto risco”. São classificadas assim as gestantes que tenham problemas um pouco mais sérios na gravidez e que, por eles, podem comprometer o desenvolvimento e nascimento dos bebês.

O trabalho é de formiguinha e começa lá no Posto de Saúde, na Atenção Primária. “A gestante é estratificada lá e vem para nós, no Consórcio. A ideia do Mãe Paranaense é garantir o atendimento para esta gestante de risco. Ela não vai entrar na fila normal de ultrassom, por exemplo. Ela tem prioridade, isso também quanto aos exames, consulta multidisciplinar”, explica a enfermeira obstetra do Cisvali, Aline Cosa Prust.

Na prática, a gestante de alto risco tem preferência em tudo. Ao mesmo tempo, ela continua com o acompanhamento na Unidade de Saúde pertinho de sua casa, mas no Cisvali, ganham mais, tanto em orientação quanto em exames e diagnósticos.

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Verá Lúcia espera o quinto filho: teve problemas no sétimo mês de gestação e precisou entrar no atendimento especial do Programa

Embora fique em União da Vitória – no prédio do INSS – o Programa atende os nove municípios da região. Só para se ter uma ideia, de janeiro a agosto, 622 consultas foram realizadas pelo Mãe Paranaense. Apenas em agosto, foram 117 mamães acompanhadas. O trabalho mais intenso com as gestantes acontece desde o diagnóstico no Posto de Saúde, de que se trata de uma gestação de risco, até 40 dias após o parto. “E aí termina o trabalho. As crianças de alto risco também têm acompanhamento, mas é algo diferenciado”, lembra Aline. Todos os serviços, absolutamente, são gratuitos para as pacientes.

O Mãe Paranaense só funciona em União por conta da implantação no Cisvali de ambulatórios para atendimento da gestante. Eles estão em 22 Regionais de Saúde do Estado, por meio do programa de apoio aos Consórcios Intermunicipais de Saúde (COMSUS). Por isso, quem vai ao Cisvali, não precisa ir à consultórios para a realização dos exames. Praticamente todos acontecem ali mesmo, no prédio do INSS, o que facilita o acompanhamento dos profissionais (medico obstetra e ultrassonografistas, endocrinologistas, cardiologistas e farmacêutica).

Com isso tudo, a expectativa é de dar qualidade à saúde de quem ainda vai conhecer o mundo e, acima de tudo, evitar a morte prematura dos bebes menores de um ano, o que, segundo o Sistema Nacional de Nascidos Vivos (Sinasc), 152.350 nascidos vivos no estado do Paraná no ano de 2011.

Os principais “motivos da vinda ao ambulatório”

Hipotireoidismo

Síndrome Hipertensiva Específica da Gestação (SHEG)

Diabetes gestacional

Sífilis

Má formação

Infecção urinária de repetição

*problemas mais comuns, por ordem, diagnósticos no Cisvali

1º passo

A gestante vai ao Posto de Saúde e lá, se for o caso, a equipe a encaminha para o ambulatório. Ela é encaminhada para o Cisvali para participar do Mãe Paranaense

2º passo

No Cisvali, a grávida vai receber orientação, terá acesso a mais exames, consultas multidisciplinares e, sempre, prioridade no atendimento. Quem não mora em União da Vitória, vem com o transporte fornecido de graça pela prefeitura de sua cidade

3º passo

A gestante será acompanhada até 40 dias após o nascimento do neném, quando ela volta para uma reconsulta e acompanhamento dela e do filho

Mãe Paranaense no Cisvali

Atendimentos

Terças e quintas-feiras de manhã e nas quartas, à tarde