GRIPE: Vacina só será liberada quando metas forem atingidas

Regra vale para União da Vitória. Já em Porto União, imunização está disponível para toda a comunidade

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Atualizado há 7 anos

Medicamento está disponível até amanhã, mas não para todos
Medicamento está disponível até amanhã, mas não para todos

Embora o Ministério da Saúde tenha autorizado a liberação da vacina contra a gripe para toda a população desde segunda, 5, a orientação tem sido trabalhada de maneiras distintas no Vale do Iguaçu.

Em Porto União, por exemplo, conforme a equipe da Epidemiologia, o medicamento já está liberado para todas as pessoas, independente de estarem ou não nos grupos de risco.

Já em União, também conforme a equipe do setor de imunizações, isso só vai acontecer quando o percentual de crianças vacinadas seja alcançado. Até esta quarta, a cobertura era de 70%. “O restante dos grupos já atingiu os 90%”, confirma a chefe do setor, Marly Della Latta. “Enquanto as mães e os pais não trouxeram as crianças para vacinar, o município não libera para a comunidade”, reforça.

Portanto, os pais têm agora a responsabilidade maior ainda de trazer os baixinhos, entre seis meses e cinco anos, para a vacinação. Assim que os 90%, meta preconizada pelo Ministério da Saúde, forem alcançados, o medicamento estará disponível para todos. De toda a forma, contudo, em todo o País, as segundas doses da vacina, dadas para crianças bem pequenas, serão preservadas no estoque, para garantir o esquema completo de vacinação.

Liberação e fim da campanha

O Ministério da Saúde decidiu disponibilizar a vacina contra a gripe a toda a população. Estados e municípios foram orientados a ofertar a vacina para todas as faixas etárias desde segunda-feira, enquanto durarem os estoques. A medida só é válida neste ano e foi adotada porque ainda há um estoque disponível de 10 milhões.

Até o dia 2, 41,3 milhões de pessoas do público-alvo se vacinou contra a gripe no País. A campanha foi prorrogada para até o dia 9 – amanhã – com o intuito de alcançar a meta de vacinação que, neste ano, é de 90%.

O ministro da Saúde ressalta que a ampliação do público na última semana da campanha ocorrerá porque ainda há doses disponíveis. “Neste ano, tivemos poucos casos por influenza devido à baixa circulação do vírus. Em consequência disso, o público-alvo procurou menos os postos de saúde. No entanto, ainda há 10 milhões de doses de um montante de 60 milhões adquiridas. Para que não haja desperdício, já que estas vacinas só valem por um ano, decidimos estender a todas as faixas etárias, enquanto durarem os estoques”, destacou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

A coordenadora Nacional do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues, alerta sobre a importância do público-alvo ainda se imunizar para evitar a gripe e seus possíveis agravamentos. “É importante que a população da campanha se vacine neste período para ficar protegida quando o inverno chegar. A vacina demora 15 dias para fazer efeito no organismo, por isso o Ministério da Saúde planeja a campanha antes do Inverno, período de maior circulação dos vírus da influenza”, destacou Carla Domingues.

A vacina disponibilizada pelo Ministério da Saúde em 2015 protege contra os três subtipos do vírus da gripe determinados pela OMS para este ano (A/H1N1; A/H3N2 e influenza B). A vacina contra influenza é segura e também é considerada uma das medidas mais eficazes na prevenção de complicações e casos graves de gripe.

Percentual nos grupos de risco*

Entre os públicos-alvo, os trabalhadores da saúde registraram a maior cobertura vacinal, com 3,9 milhões de doses aplicadas, o que representa 84,5% deste público, seguido pelos idosos (83,8%) e indígenas (83,6%). Os grupos que menos se vacinaram são as crianças (62,3%), gestantes (62,4%), professores (76,7%) e puérperas (83,2%). Além do grupo prioritário, também foram aplicadas 8,4 milhões de doses nos grupos de pessoas com comorbidades, população privada de liberdade e trabalhadores do sistema prisional.

*dados contabilizados até o dia 2

PREVENÇÃO

A transmissão dos vírus influenza acontece por meio do contato com secreções das vias respiratórias, eliminadas pela pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar. Também ocorre por meio das mãos e objetos contaminados, quando entram em contato com mucosas (boca, olhos, nariz). À população em geral, o Ministério da Saúde orienta a adoção de cuidados simples como medida de prevenção para evitar a doença, como: lavar as mãos várias vezes ao dia; cobrir o nariz e a boca ao tossir e espirrar; evitar tocar o rosto; não compartilhar objetos de uso pessoal; além de evitar locais com aglomeração de pessoas.

É importante lembrar que, mesmo pessoas vacinadas, ao apresentarem os sintomas da gripe – especialmente se são integrantes de grupos mais vulneráveis às complicações – devem procurar, imediatamente, o médico. Os sintomas da gripe são: febre, tosse ou dor na garganta, além de outros, como dor de cabeça, dor muscular e nas articulações. Já o agravamento pode ser identificado por falta de ar, febre por mais de três dias, piora de sintomas gastrointestinais, dor muscular intensa e prostração.

Influenza já provocou internações e óbitos em Santa Catarina

As internações hospitalares por gripe causada pelo vírus influenza têm aumentado no Estado. Desde o início do ano, já foram confirmadas 119 internações. Destes casos, 107 foram pelo vírus do tipo A(H3N2), nove pelo influenza B e três pelo influenza A – sendo um confirmado para A(H1N1) e dois aguardando subtipagem. No total, 14 evoluíram para óbito, todos pelo vírus Influenza A(H3N2). Os dados constam no Informe Epidemiológico n°09/2017 – Vigilância da Influenza, divulgado no dia 1º, pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina.