Oncologista de Porto União explica efeito Angelina Jolie

Charles Ronald Van Santen falou sobre o assunto em entrevista para o Programa CBN Linha Aberta – 106.5

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Atualizado há 7 anos

Dentre as ações do Movimento Outubro Rosa o que prevalece é a orientação para o autoexame do câncer de mama. Seguindo este viés, o médico oncologista de Porto União, Charles Ronald Van Santen, durante a sua participação no Programa CBN Linha Aberta, pela 106.5, na manhã deste sábado, 14, abordou o assunto e esclareceu sobre o Efeito Angelina Jolie.

O assunto ganhou notoriedade pelo mundo todo em 2013, quando a atriz norte-americana Angelina Jolie revelou que decidiu retirar os dois seios depois de um exame genético, apontar 87% de chances de ela desenvolver câncer de mama. O episódio ilustrou como a genética tem sido apontada, cada vez mais, como a principal resposta para a causa e a cura de doenças.

O doutor Charles disse que o assunto batizado de Efeito Angelina Jolie repercutiu em vários congressos que tratam o câncer mundialmente. O profissional explicou que, no caso da atriz, foi detectado um gene “falho” BRCA1, que está ligado ao desenvolvimento de câncer de mama e ovário, e representa um risco cumulativo.

O médico comenta que a mastectomia é recomendada apenas para um grupo selecionado, sendo  as pessoas com alto risco de desenvolver a doença, que são aquelas que apresentam histórico familiar de pelo menos duas pessoas e o gene BRCA1, ou em caso de câncer de mama em homens, o que é muito raro.

Segundo tipo mais frequente no mundo, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA)

Para Angelina o risco veio de seu histórico familiar, já que a mãe da atriz morreu de câncer aos 56 anos. O especialista conta que ter uma mãe que teve câncer de mama não é suficiente para fazer o rastreamento genético com um oncogeneticista. Caso a paciente tenha mãe ou irmã que teve câncer e esteja viva, o exame deve ser feito primeiramente nela, para depois ser realizado na parente que ainda não teve a doença. O exame ainda não é feito pelo SUS.

Mastectomia 
A mastectomia é uma cirurgia de retirada total ou parcial da mama, associada ou não à retirada dos glânglios linfáticos da axila. O procedimento reduz em 95% o risco de câncer, ou seja, não o exclui totalmente.