Sabe aquela tosse que não melhora? Pois é, pode ser Tuberculose. A doença é contagiosa e mata mais gente do que qualquer outra doença transmissível no mundo. E quem pensa que ela atinge apenas o pulmão, se engana. A Tuberculose pode atingir também os rins, pleura, ossos, gânglios e meninges.
Em março, o Ministério da Saúde aproveitou o dia mundial de combate, lembrado no dia 24, para reforçar a importância do tratamento da doença. É que ele é longo – dura seis meses – e observado diariamente – isso mesmo, todo dia – na rede de Atenção Primária.
No Vale do Iguaçu
Em União da Vitória, dados da 6ª. Regional de Saúde revelam um número acentuado de casos para um único trimestre. Na regional (são nove cidades), há nove casos. Em União, são dois. General Carneiro é o município com o maior número de doentes neste ano: por lá, três estão com Tuberculose. O ano deve fechar com uma média de 22 situações, o que acompanha uma série histórica preocupante, que oscila entre 19 e 26 casos.
Para a equipe de saúde da Regional, os números podem ser frutos da falta de diagnóstico. É na rede pública, as equipes têm “metas” e nelas está, por exemplo, o encontro de pessoas com tosse prolongada, sujeita à Tuberculose.
Em Porto União, em 2016, 22 casos foram comunicados no Sistema de notificação de agravos compulsórios (Sinan). Neste ano, apenas 2 registros aconteceram. As informações são da Vigilância Epidemiológica do município.
Tratamento: longo, mas necessário
O tratamento contra a Tuberculose é bem longo. São seis meses de um “intensivão” importante e necessário. Ele é gratuito, mas exige que todos os dias, o paciente tome doses de medicação, sob a supervisão da equipe de saúde do postinho mais próximo. A importância do tratamento, que deve ser completo para garantir a cura, mobilizou o Governo Federal neste ano. É que a meta é, até 2035, diminuir o número de casos para 10 em cada 100 mil pessoas por meio do diagnóstico precoce e tratamento contínuo de no mínimo seis meses.
O Brasil conseguiu atingir as Metas dos Objetivos do Milênio (ODM) de combate à tuberculose com três anos de antecedência e, em 2015, aderiu ao compromisso global de redução de 95% dos óbitos e 90% do coeficiente de incidência da doença.
Sobre a doença
O principal sintoma é a tosse por mais de três semanas, com ou sem catarro. Qualquer pessoa com esse sintoma deve procurar uma unidade de saúde para fazer o diagnóstico. São mais vulneráveis à doença as populações indígenas, as populações privadas de liberdade, os que vivem em situação de rua, além das pessoas vivendo com o HIV.