Marins Moreira diz que atirou mulher viva no Rio Iguaçu

Confissão choca opinião pública no Vale do Iguaçu

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Atualizado há 8 anos

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Marins está preso preventivamente na 4ª SDP

A Polícia Civil de União da Vitória anunciou na sexta-feira, 25, a elucidação do desaparecimento de Jéssica Luana Barbosa, de 20 anos, desaparecida desde o dia 7 de março. Marins Moreira, que vivia como marido da vítima, apesar de não ser casado, confessou em depoimento à Polícia, gravado em vídeo, que atirou Jessica, com vida, no Rio Iguaçu, na Rodovia BR-153, em União da Vitória.

Com base no depoimento, o delegado chefe da 4ª Subdivisão Policial de União da Vitória (4ª SDP), Douglas Carlos de Possebon e Freitas, pediu a prisão preventiva de Moreira. O suspeito foi preso e aguarda a conclusão do inquérito para ser apresentado à Justiça. A reportagem de O Comércio entrevistou o delegado, o suspeito e a mãe da vítima, Célia Regina Marino.

O delegado e o inquérito

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Delegado Douglas Carlos de Possebon e Freitas

Douglas Carlos de Possebon e Freitas declarou que a Polícia trabalha com dados e informações e que, algumas destas informações, vem da sociedade. “Nós conseguimos pegar um ponto e avançar a partir deste ponto. Recebemos a queixa de desaparecimento e começamos a investigar”, disse. O delegado ainda falou que recebeu um dado que fez a investigação avançar. “Trabalhando em cima das contradições dos depoimentos da família, obtivemos finalmente a confissão do companheiro da Jéssica, Marins Moreira”. Chefiando as investigações o delegado disse que o suspeito tirou a vítima da casa da mãe dela na noite de domingo, 6, levou até a ponte sobre o Rio Iguaçu e lançou ela com vida para que a vítima morresse afogada. “Esse fato nos causou estranheza, vamos continuar investigando, mas temos a confissão do elemento. Colocamos barcos na água e estamos tentando localizar o corpo da vítima”, disse.

Marins confessa o crime

GrXXficoXEncarceramentoEm entrevista exclusiva para o Portal Vvale, Marins Moreira disse que Jéssica era uma garota estressada e sugeriu que matou a jovem porque não aguentava supostas agressões verbais e até físicas. “No dia do crime, saímos da casa da mãe dela, fui até a ponte e falei que o pneu do carro furou. Ela desembarcou do carro comigo, meio apavorada e num movimento rápido peguei ela e lancei no rio. Depois virei a volta no carro e voltei para casa. Nem olhei para trás”, afirmou de forma fria. Marins alegou ainda que Jéssica não se entendia com sua mãe e as brigas eram constantes. “Fiz porque não aguentava mais”, afirmou. No entanto, na noite do crime, segundo a mãe da vítima e o próprio suspeito, não houve briga e os dois saíram aparentemente bem. “Não teve briga, mas eu estava nervoso e joguei ela no rio”, detalhou Marins. Na entrevista, o suspeito disse que estava arrependido, mas sustentou que não suportava a convivência turbulenta do casal. A filha do casal foi citada várias vezes na reportagem, mas os tópicos eram irrelevantes.

Célia quer justiça

Dias depois de fazer um apelo na Super Rádio União em consequência do desaparecimento de Jéssica, a mãe da vítima, Célia Regina Marino, concedeu nova entrevista para o Portal Vvale, mas desta vez a realidade cruel foi jogada na sua vida. Célia disse que o desespero pelo sumiço da filha cegou toda a família. “A verdade estava todo o tempo ali e eu ainda defendi esse assassino”, diz se referindo ao companheiro de sua filha, Marins Moreira. A mãe diz que não acredita que a filha tenha sido lançada no rio e espera que o suspeito confesse o que fez de verdade. “Quero só encontrar o corpo da minha filha, dar um enterro digno e cristão para ela. Ela merece e eu mereço isso”, disse em meio a lágrimas.

Célia não esconde a raiva do genro. “Eu quero que ele apodreça na cadeia, por deixar uma mãe sem a filha e uma criança sem a mãe”, disse. A mãe também afirmou que confia no trabalho da Polícia Civil e na Justiça local. “Ele tem que pagar pelo que fez. As peças foram se juntando depois que ele foi preso. Ele andava conosco para cima e para baixo, mas nós procurávamos e ele ficava no celular. Ele tinha dado sinais de que não prestava, mas a minha filha sempre queria dar outra chance e a gente ia levando”, disse. Célia disse que vai recomeçar e cuidar da neta, ainda bebê, “Vai ser muito duro, mas não tem outro jeito, a gente vai ter que tocar em frente. Só espero que encontrem o corpo da minha filha”, disse.