Polícia Civil evita fuga em massa da 4ª SDP

Detentos estavam abrindo um buraco na parede para chegar até a rua

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Atualizado há 9 anos

 

 

Agentes penitenciários e investigadores da 4ª SDP evitaram o que poderia ser uma fuga em massa do cadeião da 4ª SDP de União da Vitória na noite de quinta-feira, 20. Os policiais que estavam de plantão contaram que ouviram barulhos em uma das alas e visualizaram movimentação estranha em uma das alas. Imediatamente, retiraram os detentos que foram transferidos para a ala ao lado. Os agentes e investigadores descobriram que um buraco estava sendo escavado. A abertura improvisada daria para a cozinha da Delegacia. De lá os presidiários ganhariam facilmente as ruas da cidade.

Para tanto usaram uma barra de ferro, arrancada da própria grade da porta de segurança, uma haste de uma hélice de ventilador e pequenos pedaços de material de metal arrancados das paredes do cadeião. De acordo com o Delegado Chefe da 4ª SDP, Douglas Carlos de Possebon e Freitas, trata-se de uma luta constante devido a superpopulação carcerária do cadeião. “Nós temos mais de 60 presos em um local que abrigaria no máximo 35. É um trabalho diuturno. Os agentes de cadeia e nossos plantonistas estão de parabéns, por conseguir evitar essa fuga em massa”, disse o delegado. Freitas disse que colocou toda a vigilância necessária para prevenir, reprimir e evitar fugas do cadeião.

A população local não gosta da idéia de ter uma cadeia no centro da cidade. A cadeia é uma afronta à população local. Como se fosse um presídio (mas não é), faz divisa com o Terminal Rodoviário interestadual Aníbal Khury, o Sesi, o Clube Ferroviário, o Clube Ucraniano e um posto de combustíveis. O Juiz Corregedor dos Presídios da Comarca de União da Vitória, Mário Dittrich Bilieri, a partir de representação formulada pelo Ministério Público do Estado do Paraná, determinou a interdição da Cadeia Pública local no dia 8 de março de 2013. A notícia chegou a ser comemorada pela Polícia Civil de União da Vitória e por vários setores da sociedade, contrários à utilização das celas correcionais da 4ª SDP como cadeia pública, onde os detentos cumpriam pena.

No entanto, a sentença judicial nunca foi cumprida. O procurador do Estado do Paraná, Marcos Vinícios Lopes da Silva disse na oportunidade que o ato do Judiciário local foi administrativo e que a procuradoria iria atacar também na esfera administrativa, junto à Corregedoria Geral de Justiça para travar o processo. O procurador disse na ocasião que a decisão judicial era frágil e inócua, uma vez que a autoridade judicial mandou remover os detentos, mas não ofereceu nenhuma solução. Ele afirmou ainda que o Estado tem déficit de vagas para detentos.

 

 

Fotos: Divulgação/4ª SDP