Polícia Civil faz reconstituição de crime de possível serial killer

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Atualizado há 8 anos

0538reconstituiXXXXo_gA sequência de acontecimentos envolvendo o assassinato que levou a Polícia Civil deCaçador a suspeitar da atuação de um possível “serial killer” — ou assassino em série — na cidade foi reproduzida em um trabalho coordenado pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) na tarde desta terça-feira.

A chamada reprodução simulada trata do crime praticado contra Lucas Pereira, 22 anos, morto na madrugada do último dia 22 de abril. Ele foi considerado desaparecido por dias, até o corpo ser encontrado na tarde de sábado.

O principal suspeito do crime, Fábio da Silva, também de 22 anos, foi detido com um mandado de prisão temporária um dia antes da localização do corpo. Uma testemunha protegida garantiu que a polícia encontrasse os restos mortais de Lucas e atribuísse a autoria do crime a Fábio.

A vítima tinha membros esquartejados e estava parcialmente enterrada em uma área de matagal afastada do centro de Caçador. A reprodução simulada realizada nesta terça levou em consideração os fatos narrados pela testemunha e não contou com a presença do suspeito.

Última carona

A testemunha indicou onde Fábio teria parado o carro em um primeiro momento, numa área em frente à estação experimental da Epagri, quando havia mais pessoas reunidas para beber. Também indicou onde Fábio teria levado Lucas de carona em seguida, numa estrada de chão com pouco movimento, durante a madrugada.

Lá, a testemunha disse ter visto Lucas ser enforcado com uma espécie de lacre, antes de ter o corpo jogado no matagal. A vítima estaria muito embriagada e, por isso, sem condições de se defender. O esquartejamento e a ocultação do corpo, no entanto, só teriam ocorrido na noite seguinte aos fatos narrados na reprodução.

“Todo o trabalho da perícia será incluído no inquérito policial e, mais adiante, deve servir de prova para um eventual julgamento pelo Tribunal do Júri”, explica o delegado responsável pelo caso, Eduardo de Mattos.

Suposto serial killer

Segundo o delegado, a possibilidade de a investigação apontar para um serial killer considera o fato de que Fábio é reu no processo que apura o assassinato do próprio pai, em 2013, e também nas suspeitas de que tenha praticado e filmado com o celular outros dois assassinatos.

A polícia ainda não teve acesso aos vídeos, mas testemunhas garantiram em depoimento que, pelo menos em um deles, Fábio aparece nas imagens e chega a falar para a câmera enquanto esquarteja um cadáver.

“Se já temos dois assassinatos praticados, isso caracteriza, de alguma forma, assassinatos em série. Como outras mortes podem ter ocorrido, nada está descartado”, aponta Mattos.

O celular do suspeito foi apreendido e passa por perícia. Por enquanto, Fábio da Silva ainda não é representado por qualquer advogado. Ao ser preso, ele preferiu não dizer nada à polícia. Fábio está detido no Presídio Regional de Caçador.

Só após a conclusão do inquérito que apura a morte de Lucas a investigação deverá concentrar esforços nas demais mortes. Registros de pessoas desaparecidas na região já são levantados e outras informações devem ser cruzadas com as provas colhidas.

Matéria Portal Caçador Online