1ª Marcha das Vadias nas Cidades Irmãs desperta olhares curiosos

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Atualizado há 11 anos

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Crianças também participaram da Marcha (Bruna Kobus/Jornal O Comércio)

De dentro das lojas, olhares curiosos fitavam os corpos pintados a guache que passavam pelas ruas da cidade. Mulheres que estampavam “vadias” em suas pernas e braços, homens carregando cartazes feministas e crianças “sendo lindas do jeito que a madrinha ensinou”. Assim foi a primeira Marcha das Vadias em União da Vitória e Porto União.

O grupo, pequeno, conseguiu movimentar a área central das Cidades Irmãs nesta tarde de sábado. Antigos não sabiam o que estava acontecendo e até se perguntavam enquanto o grupo passava, “o que essas meninas têm na cabeça”. Já outros não tinham nem resposta para o que acontecia.

“Nossa intenção é impressionar, quem ainda não conhecia o movimento com certeza vai buscar saber o que a gente estava fazendo ali, e ver a importância disso”, disse uma das organizadoras da Marcha, Carolina Adam.

A feminista de 20 anos ainda conta que é necessário que a população das Cidades Irmãs “abra os olhos” para os índices de violência contra a mulher que crescem em um ritmo acelerado na região.

De acordo com dados divulgados durante o II Seminário Regional de Combate à Violência Contra a Mulher por Eliana Maria dos Santos, secretária da Mulher na Central Única dos Trabalhadores do Paraná (CUT-PR), União da Vitória está em 46º lugar no ranking nacional de municípios com mais homicídios contra as mulheres.

Eliana também apontou que o maior caso de violência acontece dentro de casa pelos próprios companheiros dessas mulheres.

“Muita gente não sabe desses índices altíssimos que têm aqui em nossa região”, diz Carolina.

E agora?

O grupo feminista Mais que Amélias irá continuar com o projeto que leva para dentro das salas de aula assuntos como violência doméstica, estupro e abuso contra mulheres. Além de planejar a próxima Marcha das Vadias. “São com atitudes pequenas que a gente pretende mudar essa realidade de violência em nossas cidades. E vamos cobrar mais a partir de agora do Poder Público para a criação de mais medidas efetivas nessa questão”, afirma Carolina.

Fotos: Bruna Kobus/Jornal O Comércio