Iguaçu, uma dádiva da natureza

Cartão-postal do Paraná, rio é impotável e pouco explorado turisticamente, mas continua magistral

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Atualizado há 4 anos

Foto: Dinarte Guedes
Foto: Dinarte Guedes

Faça chuva ou faça sol, lá está ele virando notícia. O rio Iguaçu é imponente e solitário. Protagonista de inúmeras histórias. Alguns reais, outras nem tanto.

O artista plástico Ulisses Teixeira, por exemplo, em 1989 o colocou como berço de uma suposta serpente adormecida que ao se mexer, colocaria as cidades de União da Vitória e Porto União embaixo da água (leia mais sobre isso nessa matéria). O Iguaçu já foi escolhido pelas estatísticas de segurança pública como o principal endereço para se tirar a própria vida. Empresta seu nome ao time de futebol local e ao Vale onde está. Ele já foi odiado na década de 80, quando em 1983, se espreguiçou longe demais deixando inundadas as áreas mais baixas de União da Vitória e Porto União.

Estiagem (Portal Vvale/Skillfx Produções) Seca histórica marcou o ano de 2020
Estiagem (Portal Vvale/Skillfx Produções)
Seca histórica marcou o ano de 2020

Mas também já foi amado pelos tropeiros que encontraram em tempos de seca, tão histórica quanto a de 2020, o vau, uma passagem imprescindível para o nascimento do que hoje é o Vale do Iguaçu. Forte como é, o rio tem suas raízes geradas no coração dos primeiros povos brasileiros que entre tantas contribuições, o batizaram de ‘Rio Grande’, ou, na língua indígena, Iguaçu. Grandioso, se transforma em cachoeira, brotando deslumbrante nas Cataratas, uma das maravilhas da natureza.

É grandioso, porém, doente. Essa é a constatação de um levantamento feito pela ONG SOS Mata Atlântica e apresentada em dezembro de 2019 na Conferência Mundial do Clima. As informações reforçam o que já em 2013 afirmava o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE): na época, o rio foi classificado como o segundo mais poluído do País, perdendo apenas para o Tietê, em São Paulo. De acordo com os pesquisadores, grandes concentrações de esgoto, agrotóxicos e fertilizantes são os principais fatores de contaminação do rio. Seis pontos de todo seu curso, de 21 analisados, possuem água com qualidade ruim, conforme relatório.

Rio Iguaçu (Arquivo Portal VVale) Iguaçu e seu esplendor: rio serpenteia o Vale e termina imponente, em Foz
Rio Iguaçu (Foto: Agência Estadual de Notícias)
Iguaçu e seu esplendor: rio serpenteia o Vale e termina imponente, em Foz

 

A expedição foi desde a formação do rio, em Curitiba (onde está a parte mais contaminada conforme o estudo) até Foz do Iguaçu (PR), local menos preocupante. A coordenadora do Programa Águas da Mata Atlântica, Malu Ribeiro, foi taxativa quando falou, na ocasião, à imprensa. “É a pior classe de água existente no País. São águas totalmente impróprias, que não têm limites para o lançamento de efluentes”, afirmou. A expedição foi realizada em parceria com a Universidade de São Caetano do Sul. Todas as análises levaram em consideração os Indicadores de Qualidade da Água estabelecidos no Brasil por meio de norma legal. Além disso, foram levados em conta indicadores físicos, químicos, biológicos, bacteriológicos e de metais pesados.

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No trecho que fica em União da Vitória e Porto União, o entendimento de que o rio é sujo mobiliza ações. Uma delas, premiada duas vezes em 2017, é o projeto Rio Limpo, uma iniciativa do curso de Engenharia Ambiental do Centro Universitário de União da Vitória (Uniuv), apoiado por toda a instituição e também por entidades públicas e privadas. Já foram oito edições e quase 13 toneladas de lixo tiradas do Iguaçu. Mas o que tem dentro do rio? De tudo um pouco, desde lingerie à munição.

“Já retiramos de dentro do rio desde as coisas mais simples, que podem ser descartadas da maneira certa, como plástico, latas, garrafas. A gente acaba achando comum, mas é absurdo. Além disso, nas edições já retiramos muitos pneus e móveis usados, como sofás, fogões. De inusitado, até agora, foi a cobertura de um ponto de ônibus e animais mortos”, conta a coordenadora do curso e do projeto, Lisandra Kaminski.

“O projeto surgiu exatamente porque sentíamos a necessidade de unir a Uniuv e a comunidade para conseguir trazer uma ação benéfica para a sociedade e para o meio ambiente. A proposta principal é a conscientização, já que é uma ação isolada e, considerando o tamanho do rio, é quase nada. Mesmo assim, já tiramos toneladas de lixo de dentro dele, o que dá para imaginar a quantidade de lixo que o Iguaçu tem em toda sua extensão”, explica.

 

Mutação

Parece bem limpinha quando sai da torneira, mas a água não é apenas água. Análises da água coletada diretamente no rio apontam para níveis alterados, que vão ser corrigidos para serem potáveis, apenas na captação com o uso de químicos. E embora a água que sai da torneira atenda aos padrões legais (como a Portaria 2.914/2011) com relação a parâmetros exigidos pelo Ministério da Saúde (turbidez, pH, coliformes fecais, por exemplo) produtos presentes na água e que não constam na lista de exigências para análise, podem estar sendo ingeridos pela população. Entram aí, entre tantos outros, medicamentos e defensivos agrícolas, por exemplo.

 

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Dados do Ministério da Saúde e que foram obtidos e tratados em investigação conjunta da Repórter Brasil, Agência Pública e a organização suíça Public Eye mostram que um coquetel que mistura diferentes agrotóxicos foi encontrado na água de uma em cada quatro cidades do Brasil entre 2014 e 2017. Nesse período, as empresas de abastecimento de 1.396 municípios detectaram todos os 27 pesticidas que são obrigados por lei testar.

Desses, 16 são classificados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como extremamente ou altamente tóxicos e 11 estão associados ao desenvolvimento de doenças crônicas como câncer, malformação fetal, disfunções hormonais e reprodutivas (capazes de afetar o equilíbrio da saúde e nas mulheres, chegar à perda da libido. Entre os locais com contaminação múltipla estão as capitais São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Campo Grande, Cuiabá, Florianópolis, Palmas e Curitiba. As informações são parte do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), que reúne os resultados de testes feitos pelas empresas de abastecimento.

A pesquisa revelou ainda que a contaminação da água está aumentando de maneira rápida e progressiva. Em 2014, 75% dos testes detectaram agrotóxicos. Subiu para 84% em 2015 e foi para 88% em 2016, chegando a 92% em 2017.
Foi assim que o Vale do Iguaçu – e o rio Iguaçu – virou notícia em 2019, quando os dados se tornaram públicos. É que conforme o material, foram encontrados às margens de União da Vitória, 27 agrotóxicos – 11 deles associados a doenças crônicas, como câncer, defeitos congênitos e distúrbios endócrinos. Em Porto União, os dados não aparecem, mas, uma vez que o mesmo rio abastece as duas cidades, o número de defensivos presentes na água fatalmente é idêntico.

A defesa da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) na época foi plausível. “É uma interpretação errônea. A empresa segue os parâmetros legais para a distribuição de água. Toda água distribuída pela empresa tem garantia de qualidade”, disse em abril de 2019 o gerente do escritório, Bolivar Menoncin, à Rádio CBN Vale do Iguaçu. De fato, a companhia atende ao que preconiza os órgãos federais e estaduais de saúde.

A questão é que a exigência é limitada, não avança além de poucos itens, deixando de cobrar a pureza da água para agrotóxicos e outros produtos nocivos. Assim, se você bebe água direto da torneira, pode estar bebendo mais do que água.

“O que precisamos nos ater, todas as companhias, é focar na portaria número 5, que coloca as condições para fazer a distribuição de água. Isso, a Sanepar faz. Podemos afirmar, com tranquilidade que sim. Se os parâmetros deveriam ser mais rigorosos, isso é algo a ser feito no Ministério de Saúde. Nós cumprimos com a legislação, não fazemos ela. A gente compreende os questionamentos, mas existem muitas variáveis”, disse Bolivar.

Conforme o Manual Prático de Análise de Água da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) existe dois testes de qualidade da água. O exame bacteriológico checa principalmente a contaminação fecal. Já o exame físico-químico, sonda a alcalinidade da água, ou seja, a concentração de hidróxidos, carbonatos e bicarbonatos, expressa em termos de Carbonato de Cálcio. “A medida da alcalinidade é de fundamental importância durante o processo de tratamento de água, pois, é em função do seu teor que se estabelece a dosagem dos produtos químicos utilizados”, diz o texto neste tópico do manual da Funasa.

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Para o engenheiro agrônomo, Jair Scaramella de Mello, da regional da Emater em União da Vitória, a discussão sobre o que existe na água deve ir muito além, passando pela política à necessidade de tecnologia e investimento no campo. De maneira racional, Mello afirma que a produção orgânica não alimenta o mundo e que não há desenvolvimento sem crime ambiental.

Existe o uso de agrotóxico? Sim. É possível produzir sem eles? Não, não é. As grandes lavouras precisam dessa colaboração dos químicos. O grande problema hoje é o mau uso do defensivo. Se bem usado, o dano é muito pequeno. Jogar no ar que tem um coquetel de veneno no rio pode até ser verdade. Mas o que importante é sentar, conversar, ver o que é possível fazer para reduzir isso”, defendeu em entrevista sobre o assunto ao jornal O Comércio, em 2019. “Tem que pensar, reunir os setores e decidir. A tendência é cada vez piorar. Éramos um bilhão de pessoas, já somos oito e daqui 50 anos, como será? Vamos ter que juntar quem pensa com o coração e fazer as coisas acontecerem”.

As pesquisas mostram que embora o rio Iguaçu seja amplo, ele não é capaz de “digerir” a enxurrada de químicos que recebe. Então, se a análise de água não sonda tudo o que realmente a compõe, é bem possível que ao abrir a torneira para matar a sede, centenas de microorganismos nocivos à saúde sejam consumidos também. Eles “passam batido”, entrando sem pedir licença e causando danos ainda não contabilizados com total clareza.

Sobre este ponto, a reportagem consultou a equipe do Laboratório de Água do campus da Unespar de União da Vitória. Um trio de profissionais, Álvaro Fontana, Cleide Salete Sarturi e Lutécia Hiera da Cruz, pontuaram o assunto. O laboratório atende a 6ª. Regional de Saúde e todos os nove municípios assistidos pelo órgão.

“Uma problemática associada a essa questão é que, uma vez presente em rios, lagos ou outros ambientes aquáticos superficiais, esses micropoluentes podem chegar até a água tratada, comprometendo o abastecimento de água potável e podendo, nesse caso, trazer prejuízos também à saúde dos seres humanos. Anualmente, mais de mil novas substâncias são classificadas e diversas classes desses compostos têm sido consideradas relevantes, dentre estas, destacamos os interferentes endócrinos e fármacos, tais como, os agrotóxicos, antibióticos, anti-inflamatórios, analgésicos, pílulas anticoncepcionais, hormônios sintéticos, produtos de higiene e cuidado pessoal, drogas lícitas e ilícitas, nanomateriais e protetores solares”, pontuam os pesquisadores.

Por não estarem inseridos em legislação de controle da qualidade da água, estudos envolvendo a sua toxicidade e efeitos potenciais ao meio ambiente e à saúde humana podem ser indicativos seguros para elaboração de leis que estabeleçam limites máximos para a sua presença em águas naturais e de abastecimento. Caso contrário, o cenário não é promissor. “Diversos estudos apontam que dentre as possíveis causas associadas à contaminação da água por micropoluentes, um destaque pode ser dado à resistência bacteriana, efeitos tóxicos diversos na biota (conjunto de seres vivos) e humanos e os efeitos dos interferentes endócrinos, os quais podem provocar o surgimento de diversas anomalias no sistema reprodutivo, com destaque para infertilidade, câncer de próstata, síndrome da menopausa, masculinizarão e feminilização de espécies”, avaliam.

Sobre a mutação de gêneros e sobre a falta de profundidade das análises de água, a reportagem não obteve resposta até o final da edição do Ministério da Saúde e do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).

Fonte

As estações de tratamento são normalmente planejadas de acordo com a qualidade da água captada. Se ela for de boa qualidade, o tratamento pode ser um pouco menos complexo e pular algumas etapas desnecessárias. No entanto, se a qualidade não for tão boa, é preciso passar por algo mais completo.

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No Paraná, as únicas cidades que fazem a captação diretamente do Iguaçu é União da Vitória e Porto União. “Em Porto Vitória (PR), o abastecimento é por água de poço, que tem a vantagem de que não depende de funcionários, de tratamento complexo. Temos em União um fosso, que fica nas margens do rio. O nível do rio influencia bastante. Usamos então um ponto fixo. A Estação de Tratamento de Água (ETA) fica em São Cristóvão, em uma rua que termina no rio. Ali é nossa captação. É um ponto só, onde as bombas succionam a água e a levam para o tratamento”, explica o gerente do escritório regional da Sanepar.

No momento, o Iguaçu segue como única opção para a captação. O fato de estar dentro da cidade conta ponto para que isso dure ainda por muito tempo. Especialistas locais – e também quem apenas aprecia os rios da região – citam como estratégia o uso do rio Palmital ou do Rio Vermelho.

“Mas, se tivéssemos outro manancial, neste período de seca e pandemia, já estaríamos sem água. A vazão deles não comporta o abastecimento das duas cidades”, justifica Bolivar. “Temos ainda outros problemas. No Palmital, existe a usina da Copel, o rio passa por dentro, tem máquinas. Como eles usam? Lubrificação? E isso impacta na vazão? O Palmital também fica longe, o que torna a linha de captação mais sensível a vazamentos e rompimentos”.

Apesar dos pesares, Bolivar se mostra um apaixonado pelo rio. “Para mim, o rio Iguaçu é uma dádiva que só nós temos”.

 

A grande Serpente

João Maria (Reprodução) Lenda da serpente gigante e das grandes cheias, fazem parte até hoje do imaginário popular de quem mora no Vale do Iguaçu e região
João Maria (Reprodução)
Lenda da serpente gigante e das grandes cheias, fazem parte até hoje do imaginário popular de quem mora no Vale do Iguaçu e região

A lenda é bem popular, passada de geração em geração. Ela conta que uma serpente, enorme, teria crescido em uma das grutas do Morro da Cruz e que o caminho levava direto ao rio. A lenda afirma que a serpente foi crescendo e devorando o que via pela frente. “Na conta dos caçadores da tal cobra, ela já engolira mais de dez bezerros e inclusive, um pescador”, escreveu para o livro de Cordovan, Algacir Hugo Koslowski.

Dizem até hoje que a cobra, gigante, dorme nas águas do Iguaçu e que quando acordar, trará consigo uma enchente tão grande, capaz de fazer sumir as cidades do Vale. Segundo a lenda, ela acordou em 1983, quando aconteceu uma das maiores enchentes do Rio. O monge João Maria aparece aqui. Segundo outras histórias, o profeta teria pedido para que uma cruz fosse construída e colocada no alto do Morro (da Cruz), em Porto União, para parar a enchente. Muitas pessoas participaram deste gesto, em romaria. Depois disso, de fato, a chuva parou e o rio baixou. A cruz segue no alto do morro, inclusive depois do projeto de revitalização do espaço. Sobre a serpente, tudo leva a crer de que se trata de uma metáfora do formato do rio que sim, ao se mexer (no caso, encher e mudar de formato), coloca as cidades do Vale em risco.

 

 

 

 

Gigante adormecido

Com cerca de cinco milhões de anos, o Iguaçu é uma potência desligada. São mais 600 quilômetros serpenteando o Paraná. No Vale do Iguaçu, o rio se transforma em uma ferradura, envolvendo as duas cidades unidas pelo trilho e que tem no rio um de seus marcos de separação de Estados (de um lado é Paraná e de outro, Santa Catarina) pós-Guerra do Contestado. E mesmo tão cheio de histórias, é pouco usado turisticamente. Com exceção das poucas lanchas e de um e outro jet-ski, quase nada mais além disso movimenta o rio.

 

Balneário Santa Rosa (Reprodução\Internet) Foto que circula nos grupos de memórias da região, mostra um balneário bem movimentado há algumas décadas
Balneário Santa Rosa (Reprodução\Internet)
Foto que circula nos grupos de memórias da região, mostra um balneário bem movimentado há algumas décadas

Mas, nem sempre foi assim. Conforme o livro ‘Porto União da Vitória – um rio em minha vida’, do professor Cordovan Frederico de Mello Junior, quando o então popular Balneário, a “prainha” no Santa Rosa, em Porto União, foi inaugurada, foram realizadas provas de regata e de natação no rio Iguaçu. “As primeiras atividades seriam o remo e a natação. Por esse motivo foi feita uma prainha e aproveitando-se um córrego que existia na entrada do terreno”, diz parte da obra na página 50.
Voltando um pouco mais no passado, o rio, mais limpo, era usado pelos barcos a vapor (o Cruzeiro, foi o primeiro a navegar no Iguaçu, por volta de 1880) e em um tempo não muito distante, em tímidas aulas de caiaque. “O que podemos fazer para que tudo volte a ser como era antes?”, questionava no último capítulo da obra editada em 2001, o professor Cordovan.

Para a resposta desse questionamento, nunca faltam ideias. O jornalista Dago Wohel, autor do livro ‘Conhecendo e Convivendo com as Enchentes’, já no lançamento da obra, em 1999, apostava no desenvolvimento de ações no rio para o crescimento do Vale. Para ele, Iguaçu e comunidade podem viver bem, em harmonia, deixando as enchentes que tanto castigaram a região, em um passado distante. “O reconhecimento de nossas riquezas e do potencial da região, nossas aptidões e vocações, podem alavancar o entusiasmo em busca do desenvolvimento socioeconômico, em busca de um futuro onde a relação com o meio ambiente promove o homem e a sociedade”, escreveu Dago na página 29 da sua publicação.

 Barco à vapor (Paraná Portal) Navegação pelo rio Iguaçu começou no século 19 e facilitou a ocupação do Sul do Paraná

Barco à vapor (Paraná Portal)
Navegação pelo rio Iguaçu começou no século 19 e facilitou a ocupação do Sul do Paraná

O próprio autor faz o que diz. Ou pelo menos tenta. Dono de uma lancha grande para passeios, ele coloca o barco no rio sempre que pode, especialmente quando existem eventos esportivos nas margens do rio. “Embora em qualquer estiagem a navegação se torna um risco. Uma batida do motor em uma pedra pode ocasionar prejuízos muito sérios. Pode alcançar R$ 8 mil, ou seja, é faca de dois legumes”, brinca. A tentativa de fazer o turismo fluvial com o barco ‘Caminhos do Iguaçu’ teve como motivação chamar a atenção de que o rio não deve ser visto como problema, mas como solução.

O fio da meada pode estar mais perto do que se pensa. Com a pandemia provocada pelo coronavirus, as viagens pelo País e especialmente para além das fronteiras, não estão sendo procuradas – algumas, ainda nem permitidas e, outros, canceladas. Assim, fomentar o turismo local e regional pode ser a saída para o turismo. Afinal, turismo é investimento. “Nesse contexto, é claro que o gerenciamento da água vem se tornando uma questão relevante, pois a oferta da água é essencial para a manutenção da vida e das nossas atividades”, afirma o engenheiro ambiental e Coordenador de Sustentabilidade do sistema FIEP, Mauricy Kawano.

E quem descobrir a fórmula terá sorte, afinal, já diz o velho ditado: quem bebe da água do Iguaçu, sempre volta.